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A Semana na Imprensa

Fake news e espionagem revelam interesse russo na 'instrumentalização' da imprensa francesa

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As revistas francesas desta semana se interessam pela influência da Rússia na propagação de fake news sobre a França e também na própria imprensa francesa, após a revelação de que uma das principais figuras do jornalismo francês era espião da extinta União Soviética. 

Fake news e espionagem russa foram os principais temas das revistas francesas nesta semana.
Fake news e espionagem russa foram os principais temas das revistas francesas nesta semana. © FLICKR/CCO
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A revista Le Point traz uma investigação especial sobre "Portal Kombat", uma operação de desestabilizarão, descoberta por agentes franceses, a grande escalada, de toda Europa, mas visando sobretudo a França

Analistas da célula de vigilância Viginum, criada pela França em 2021, detectaram um fluxo anormalmente elevado de informações que circulavam nas redes, a maior parte do tempo, totalmente falsas. O objetivo era descredibilizar a política do governo francês, explica a publicação. 

Em 2023, foram detectados 230 alertas do mesmo tipo. Na maioria dos casos eram fake news que circulavam em meios complotistas estrangeiros.

Os analistas de Viginum não revelaram quem comandou os serviços de fake news por trás de Portal Kombat. Segundo a revista, a célula de investigação não teria meios de ir mais longe, afirmando, no entanto, que a operação faz parte dos inúmeros elos do Kremlin para desacreditar os aliados da Ucrânia e legitimar a guerra. 

Leia tambémFrança descobre rede russa para divulgação de fake news e propaganda do Kremlin na Europa

Jornalista espião

Ainda sobre a influência da Rússia na imprensa francesa, a L’Express desta semana revela, em exclusividade, que um de seus ex-diretores e grandes nomes da imprensa francesa, Philippe Grumbach, era um agente secreto da KGB, a polícia da ex-União Soviética, e um dos maiores espiões russos na França, durante 35 anos.

Grumbach era próximo dos ex-presidentes franceses François Mitterrand e Valéry Giscard d’Estaing. Em outubro de 1977, o jornal Carnad Enchaîne chegou a descrevê-lo como "um dos conselheiros mais ouvidos" do chefe de Estado, expõe a edição. 

De acordo com arquivos da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, onde desde 2014 parte dos documentos serviço secreto soviético, de entre 1972 e 1982, são guardados, Grumbach foi recrutado em 1946, com o pseudônimo "Brok", "um dos agentes mais antigos e apreciados do KGB na França", segundo os arquivos citados na L’Express

A revista semanal afirma que não sabe se os textos da revista foram influenciados pela atividade se seu diretor, mas a "instrumentalização da imprensa fazia, obviamente, parte das prioridades" dos serviços secretos russos, afirma a reportagem. 

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