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Missão Aspides: UE lança operação militar contra ataques de rebeldes houthis no Mar Vermelho

Nesta segunda-feira (19), os Estados-membros da União Europeia lançaram oficialmente uma operação naval no Mar Vermelho para proteger os navios comerciais dos ataques dos rebeldes houthis apoiados pelo Irã no Iêmen. 

Houthis avisam UE que missão no Mar Vermelho é "mais lenha para a fogueira".
Houthis avisam UE que missão no Mar Vermelho é "mais lenha para a fogueira". REUTERS - AMR ABDALLAH DALSH
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A operação foi batizada de "Aspides", que significa "escudo" em grego antigo. Nesta segunda-feira (19), a União Europeia lançou oficialmente sua missão de proteger o tráfego marítimo no Mar Vermelho, que foi interrompido por ataques de rebeldes houthis, anunciou a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. "A Europa garantirá a liberdade de navegação no Mar Vermelho, em coordenação com nossos parceiros internacionais", disse von der Leyen no X (ex-Twitter). 

Em janeiro, o bloco europeu concordou, em princípio, com uma missão de vigilância e patrulha marítima no Mar Vermelho, com a condição de que suas operações fossem puramente defensivas. Vários países indicaram então sua intenção de participar dessa missão, incluindo Bélgica, Itália, Alemanha e França. A Espanha informou que não participaria dessa iniciativa. 

A fragata alemã "Hessen" partiu em 8 de fevereiro para o Mar Vermelho, com uma tripulação de cerca de 240 pessoas, com a missão de permanecer em alerta permanente, e podendo responder a possíveis ataques com mísseis, drones e "barcos kamikases" controlados remotamente. A Bélgica anunciou sua intenção de enviar a fragata Marie-Louise e a França disse que está pronta para colocar uma de suas estruturas bélicas navais já presentes no Mar Vermelho à disposição da missão Aspides.

"Arriscada"

A missão, descrita como "arriscada", foi lançada pelos ministros das Relações Exteriores da UE reunidos em Bruxelas nesta segunda-feira, disse um funcionário da UE à agência AFP sob condição de anonimato.

A duração prevista da missão é de um ano, possivelmente renovável, de acordo com um diplomata europeu. Isso não significa que ela estará imediatamente operacional: caberá ao seu comando determinar quando terá recursos suficientes para estar totalmente operacional, o que deve levar "algumas semanas", segundo outro diplomata.

Grécia no comando

A Grécia terá o comando geral e a Itália o comando operacional no mar, acrescentou um diplomata europeu. A missão poderá disparar em defesa de navios mercantes ou para se defender, mas não poderá atingir alvos terrestres contra posições rebeldes houthis no Iêmen, de acordo com diplomatas. É "importante não contribuir para o agravamento da situação na região", insistiu um deles.

Ataques a navios ligados a Israel

Desde meados de novembro de 2023, os rebeldes, apoiados pelo Irã, vêm intensificando os ataques a navios que acreditam estar ligados a Israel.

Os insurgentes alegam estar agindo em "solidariedade" aos palestinos em Gaza, onde Israel está em guerra com Hamas após o ataque sem precedentes so movimento islâmico em solo israelense em 7 de outubro. Seus ataques forçaram muitos armadores a contornar o Mar Vermelho e o Golfo de Áden, por onde passam 12% do comércio mundial.

Washington, o principal aliado de Israel, criou uma coalizão multinacional em dezembro para "proteger" o tráfego marítimo, mas não conseguiu impedir os ataques. Desde meados de janeiro, os Estados Unidos e o Reino Unido realizaram vários ataques contra posições rebeldes, que também designaram navios norte-americanos e britânicos como "alvos legítimos".

(Com AFP)

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