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Israel deve retirar parte das tropas de Gaza para apoiar economia em “nova fase” da guerra

Israel deverá retirar parte de suas tropas em Gaza e privilegiar operações mais “focadas” em alvos do Hamas, o que já estava previsto desde o início da guerra, em 7 de outubro. Mas o objetivo é também apoiar a economia israelense, que enfrenta dificuldades desde o início do conflito.

Soldados israelenses observam Gaza nesta segunda-feira (1º).
Soldados israelenses observam Gaza nesta segunda-feira (1º). AFP - MENAHEM KAHANA
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Como a guerra “está se arrastando”, parte dos reservistas deve retornar para a vida civil, de acordo com um militar entrevistado pela agência Reuters, que preferiu não se identificar.

De acordo com o oficial, “destruir o Hamas” continua sendo a principal meta da ofensiva no enclave palestino. Algumas das cinco brigadas que devem deixar o território ficarão a postos em caso de guerra contra o Hezbollah, no Líbano, acrescentou.

O porta-voz do Exército israelense, Daniel Hagari, disse que a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza continuará em 2024. Ele falou para as tropas na noite deste domingo (31) que alguns reservistas fariam uma pausa na guerra para se preparar para "combates prolongados".

O Exército "tem que planejar com antecedência porque seremos chamados para outras missões e batalhas ao longo deste ano", declarou. As autoridades israelenses anunciaram no início da guerra na Faixa de Gaza, após os ataques do Hamas em 7 de outubro, que a ofensiva teria três fases principais.

A primeira consistiu em um bombardeio para liberar as vias de acesso para as forças terrestres e incentivar a retirada dos civis. A segunda foi a invasão terrestre, iniciada em 27 de outubro. A retirada paulatina das tropas, que terá início em breve, está inserida na terceira fase da ofensiva.

A decisão também estaria vinculada à pressão exercida pelos Estados Unidos, o principal aliado de Israel, que estaria pedindo uma revisão das táticas para proteger civis. Israel inicialmente convocou 300.000 reservistas – cerca de 10 a 15% do total – para atuar no que parece ser o conflito mais longo de sua história. Entre 200 mil e 250 mil reservistas estão mobilizados e ausentes de seus empregos ou estudos.

Retorno de colonos judeus

Nas últimas semanas, o Exército israelense se deslocou para o norte de Gaza, depois para Khan Yunis e, recentemente, para os campos do centro do território, onde 1,9 milhão de habitantes (85% da população) tiveram que fugir de suas casas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) preveniu diversas vezes sobre o risco de disseminação de doenças infecciosas e a ONU teme uma crise de fome. 

Em um último balanço, divulgado nesta segunda-feira (1º), o Ministério da Saúde de Gaza informou que as operações militares em Gaza deixaram 21.978 mortos e 57.697 feridos desde o início da guerra.

O ministro israelense das Finanças, Bezalel Smotrich, defendeu, neste domingo, a volta dos colonos judeus a Gaza e a emigração dos habitantes de Gaza para outros países árabes.

"Se agirmos de forma estrategicamente correta e fomentarmos a emigração, se houver 100.000 ou 200.000 árabes em Gaza e não 2 milhões, todo o discurso após o fim da guerra será completamente diferente", disse o ministro do partido Sionismo Religioso, de extrema direita.

Para o Hamas, a proposta consiste em retirar, de maneira forçada, "dois milhões de palestinos" para fora de Gaza. As negociações internacionais realizadas por Catar e Egito chegaram a uma trégua de uma semana no final de novembro, permitindo a libertação de 100 reféns e a entrada de ajuda em Gaza. Os esforços continuam para que uma nova pausa seja obtida nos combates.

Uma delegação do Hamas - grupo classificado como terrorista pela União Europeia, Estados Unidos e Israel - chegou ao Cairo na sexta-feira (29) para transmitir "a resposta das facções palestinas" a um plano egípcio para a libertação de reféns e uma trégua. A resposta será dada "nos próximos dias", afirmou Muhamad al-Hindi, subsecretário-geral da Jihad Islâmica, grupo armado aliado ao Hamas.

(Com informações da Reuters e AFP)

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