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EUA afirma que Israel se esforça para minimizar vítimas civis em Gaza

A Casa Branca assegurou neste domingo (3) que Israel está "fazendo esforços" para minimizar as vítimas civis em Gaza desde a retomada dos combates, após uma trégua de sete dias, enquanto os apelos da comunidade internacional para proteger os civis palestinos se intensificam. Procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional prometeu esforços para investigar possíveis crimes de guerra no conflito.

Palestinos carregam homem ferido em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, em 3 de dezembro de 2023.
Palestinos carregam homem ferido em um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, em 3 de dezembro de 2023. AFP - SAID KHATIB
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"Acreditamos que eles têm sido receptivos às nossas mensagens sobre tentar minimizar as baixas civis", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, à ABC. O Exército de Israel retomou sua ofensiva no norte de Gaza "de maneira menor e mais precisa", acrescentou.

Ele indicou que Israel publicou na internet, nos últimos dois dias, um mapa que indicava o local em que os civis poderiam se deslocar para encontrar abrigo e fugir dos combates. "Não há muitos Exércitos modernos que fariam isso", continuou Kirby, "eles estão fazendo um esforço".

Em 7 de outubro, a organização palestina Hamas lançou um ataque sem precedentes em Israel que deixou 1.200 mortos, em sua maioria civis, segundo as autoridades israelenses. Em retaliação, Israel realizou bombardeios devastadores no território palestino, onde lançou uma ofensiva terrestre em 27 de outubro.

Mais de 15.500 pessoas morreram na Faixa de Gaza desde o início do conflito, "70% delas mulheres e crianças", de acordo com um relatório do Hamas neste domingo. 

"Muitos palestinos inocentes morreram", afirmou no sábado (2) a vice-presidente dos Estados Unidos, Kamala Harris, na COP28 em Dubai, alarmada pelas imagens "devastadoras" de Gaza. Ela pediu que Israel "faça mais para proteger os civis inocentes".

A "segurança" de Israel não poderá ser garantida se "for obtida à custa de vidas palestinas", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, no mesmo evento.

Kirby insistiu que os serviços de inteligência dos EUA não tinham "nenhum conhecimento" prévio do plano do Hamas para realizar os ataques em 7 de outubro.

O New York Times informou na quinta-feira (30) que autoridades israelenses tinham conhecimento do plano do movimento islâmico palestino de realizar um ataque sem precedentes contra Israel há mais de um ano, mas consideraram que o cenário era pouco realista.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, reconheceu que houve "falhas nos serviços de inteligência" de seu país e que essas falhas "serão revisadas", disse Kirby.

TPI quer investigação

Após visitar Israel e os territórios palestinos, o procurador-chefe do Tribunal Penal Internacional (TPI), Karim Khan, prometeu neste domingo que intensificará os esforços para investigar possíveis crimes de guerra no conflito entre Israel e o Hamas.

Khan destacou que sua visita não foi realizada para "investigar" e explicou que aproveitou a oportunidade para falar com vítimas de ambos os lados do conflito.

"As acusações confiáveis de crimes de guerra durante este conflito devem ser alvo de um exame e de uma investigação independentes", declarou Khan. "Meus serviços intensificarão seus esforços para avançar em suas investigações", acrescentou.

O TPI, estabelecido em 2002 para julgar as piores atrocidades cometidas no mundo, iniciou em 2021 uma investigação de supostos crimes de guerra nos territórios palestinos, em decorrência de denúncias contra Israel, Hamas e outros grupos armados palestinos.

Segundo o procurador-chefe, seu mandato seria aplicado aos supostos crimes durante a guerra em curso. No entanto, suas equipes não puderam entrar em Gaza nem em Israel, que não é membro do TPI.

Khan disse que viu a "crueldade calculada" nos locais atacados pelo Hamas, ataques que "representam crimes internacionais de grande destaque".

Ele também enfatizou que a "forma como Israel responde a esses ataques deve respeitar as regras claras que regem os conflitos armados" e o direito internacional humanitário.

(Com informações da AFP)  

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