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Exército israelense confirma que atirou em ambulância em Gaza; dezenas de pessoas morreram, diz Hamas

O exército israelense confirmou nesta sexta-feira (3) ter visado uma ambulância na entrada do maior hospital da cidade de Gaza, alegando que era “usada por uma célula terrorista do Hamas”. Em Tel-Aviv, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, pediu "pausas humanitárias" no conflito.

Pessoas se reúnem em volta da ambulância atingida em um bombardeio israelense em frente ao hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, em 3 de novembro de 2023.
Pessoas se reúnem em volta da ambulância atingida em um bombardeio israelense em frente ao hospital Al-Shifa, na cidade de Gaza, em 3 de novembro de 2023. AFP - MOMEN AL-HALABI
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O governo do Hamas relatou “dezenas de mortos e feridos” em torno deste estabelecimento onde milhares de deslocados se refugiaram, enquanto um correspondente da AFP viu vários corpos e pessoas feridas ao lado de uma ambulância danificada após o ataque.

Imagens da AFPTV também mostram civis carregando pessoas feridas com corpos ensanguentados. Outros estavam caídos no chão, visivelmente projetados pelo impacto da explosão contra carros estacionados na beira da estrada.

O chefe da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, disse que estava “profundamente chocado”.

"Voltamos a repetir: pacientes, cuidadores, estabelecimentos e ambulâncias devem estar protegidos em todos os momentos. Sempre", escreveu novamente no X, antigo Twitter.

A coordenadora humanitária da ONU nos Territórios Palestinos Ocupados, Lynn Hastings, disse que estava “alarmada” porque o ataque teve como alvo “pacientes que seriam evacuados para locais seguros”.

Segundo o chefe do serviço de imprensa do governo do Hamas, o ataque teve como alvo "um comboio de ambulâncias que se preparava para transportar feridos do hospital al-Shifa" em direção à fronteira com o Egito onde, durante vários dias, dezenas de palestinos feridos foram hospitalizados.

Atualmente, segundo o Ministério da Saúde do Hamas, 16 dos 35 hospitais da Faixa de Gaza estão fora de serviço, seja porque foram bombardeados ou porque já não têm combustível para alimentar seus geradores.

Segundo a OMS, al-Shifa tem atualmente uma taxa de ocupação de leitos de 164%.

"Pausas humanitárias"

O chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, em visita a Israel, pediu, nesta sexta-feira, “pausas humanitárias” para permitir “uma distribuição mais eficaz e sustentada da ajuda”, durante uma reunião com o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu. Mas ele indicou pouco depois que recusava qualquer “trégua temporária” sem “a libertação dos reféns” sequestrados pelo Hamas.

Blinken garantiu que o seu aliado tinha “o direito, mas também a obrigação de se defender”, acreditando, no entanto, que “a única forma de garantir” a segurança de Israel era criar um Estado palestino.

Há quase quatro semanas que os 2,4 milhões de habitantes da Faixa de Gaza vivem sob os bombardeios de Israel, numa situação humanitária catastrófica.

Segundo um relatório publicado sexta-feira pelo Hamas, no poder na Faixa de Gaza, 9.227 pessoas, incluindo 3.826 crianças, foram mortas em ataques.

Em Israel, pelo menos 1.400 pessoas foram mortas, segundo as autoridades, desde o início da guerra, a maioria delas civis massacrados no dia do ataque do Hamas, de violência e numa escala sem precedentes, desde a criação de Israel em 1948. .

Mais de 240 pessoas foram feitas reféns pelo movimento islâmico, classificado como organização terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel.

(Com AFP)

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