Violência em Gaza deixa pelo menos 31 mortos e Egito tenta negociar cessar-fogo
Sirenes de alerta para tiros de foguetes foram acionadas na manhã desta sexta-feira no sul de Israel, após uma noite de confrontos envolvendo as forças israelenses e a Faixa de Gaza. Nos últimos três dias, os combates deixaram pelo menos 31 mortos e mais de 80 feridos. A explosão da violência entre Gaza e Israel, a maior desde agosto de 2022, começou na terça-feira (9) após o ataque israelense ao movimento Jihad Islâmica, considerado "terrorista" por Israel, União Europeia e Estados Unidos.
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O Egito, tradicional mediador do conflito, iniciou um esforço de mediação entre Israel e a Jihad Islâmica e União Europeia pediu "um cessar-fogo imediato que ponha fim às operações militares de Israel em Gaza e ao lançamento 'inaceitável' de foguetes contra Israel".
Os Estados Unidos pediram "garantias para evitar as mortes de civis e a redução da violência". O secretário-geral da ONU, António Guterres, declarou que acompanha "com grande preocupação o aumento da tensão em Gaza e Israel".
O responsável do departamento político da Jihad Islâmica chegou nesta quinta-feira (12) ao Cairo e disse que as discussões sobre a obtenção de uma trégua devem ser encerradas nesta sexta-feira. "Esperamos obter um acordo que contemple os interesses do nosso povo e da resistência", declarou. O Egito teria obtido avanços nas negociações.
Mas, pouco antes da meia-noite, o Exército de Israel informou que continuará os ataques contra a Jihad Islâmica.
Segundo o Escritório da Coordenação de Questões Humanitárias da ONU (Ocha), 26 pessoas morreram do lado palestino, entre eles 13 civis e quatro membros de grupos armados.
Civis sucumbem em ataques
Nesta quinta-feira (11), um homem morreu em Rehovot, ao sul de Tel Aviv, e várias pessoas ficaram feridas após a queda de um foguete em um prédio residencial, segundo a polícia e os serviços de emergência.
O Exército afirma que 25% dos foguetes disparados da Faixa de Gaza caíram nesse território e mataram quatro pessoas, três delas menores de idade. O Exército israelense declarou ter atacado 191 alvos em toda a Faixa de Gaza, incluindo os locais de lançamento de foguetes da Jihad Islâmica.
O grupo afirmou que "os assassinatos israelenses não ficarão impunes" e o Hamas destacou que a "resistência está unificada". O Irã, que apoia a Jihad Islâmica, denunciou as "atrocidades dos sionistas" e prometeu a "derrota" do "regime de ocupação", segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Naser Kanani.
In wake of recent developments, Prime Minister Benjamin Netanyahu is currently holding a security assessment, by teleconference, at the Kirya in Tel Aviv. pic.twitter.com/DlmMiRrqre
— Prime Minister of Israel (@IsraeliPM) May 11, 2023
"Eliminamos o responsável pelos ataques com foguetes da Jihad Islâmica em Gaza e o seu adjunto", declarou primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, referindo-se a Ali Ghali e Ahmed Abu Daqqa, líderes da organização palestina. "Já disse antes: quem nos atacar arrisca sua vida e quem o substituir arrisca sua vida", disse ele durante uma visita na quinta-feira a uma base militar.
A Faixa de Gaza, um pequeno território devastado pela pobreza e pelo desemprego, onde 2,3 milhões de palestinos vivem sob o bloqueio israelense, tem sido palco de várias guerras com Israel desde 2008.
Em agosto de 2022, três dias de confrontos entre Israel e a Jihad Islâmica resultaram em 49 palestinos mortos, incluindo 19 crianças, de acordo com a ONU. Mais de mil foguetes foram lançados de Gaza contra Israel e três pessoas ficaram feridas.
(Com informações da AFP)
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