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Moscou despreza ameaças de Macron, que deseja derrotar a Rússia sem ‘esmagar’ o país

O presidente francês, Emmanuel Macron, declarou neste fim de semana que deseja a derrota na Rússia na Ucrânia, mas que não almeja “esmagar” o país. O comentário suscitou uma reação de Moscou, que ironizou a postura do líder francês.

O presidente francês, Emmanuel Macron, já havia dito que não queria “humilhar” a Rússia.
O presidente francês, Emmanuel Macron, já havia dito que não queria “humilhar” a Rússia. REUTERS - JOHANNA GERON
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As declarações de Macron foram feitas na noite de sábado (18), quando o presidente francês deixava Munique, na Alemanha, onde participou da conferência anual sobre a segurança. Diante de repórteres dos jornais Le Figaro e JDD e da emissora de rádio France Inter, ele falou sobre a “intensificação de ajuda” militar à Ucrânia e desejou a “derrota” da Rússia na batalha.

Ao ser questionado pelos jornalistas sobre o que considerava um fracasso russo, Macron disse que “quer a derrota de Moscou, mas sem os esmagar. Essa nunca será a posição da França (...) O que é necessário hoje é que a Ucrânia lidere uma ofensiva militar que destrua a frente russa para desencadear um retorno às negociações”, detalhou.

As declarações não são muito diferentes das que já haviam sido feitas pelo próprio Macron, em maio de 2022. Na época, o líder francês disse que não queria “humilhar” a Rússia.

No entanto, a fala de Macron neste fim de semana suscitou uma reação quase imediata de la parte do governo russo. Maria Zakharova, a porta-voz do Kremlin, disse que “a França não começou com Macron”, antes de fazer uma alusão à derrota de Napoleão 1° na Rússia, em 1812. “A palavra de Macron tem pouco valor”, completou.

A porta-voz do Kremlin, Maria Zakharova, disse que as declarações de Marcon "tem pouco valor"
A porta-voz do Kremlin, Maria Zakharova, disse que as declarações de Marcon "tem pouco valor" AP - Alexander Zemlianichenko

Paris vai entregar tanques aos ucranianos

Enquanto isso, o ministro francês da Defesa, Sébastien Lecornu, confirmou neste domingo em uma entrevista ao jornal Le Parisien Aujourd’hui em France que Paris pretende entregar tanques de guerra AMX-10 para a Ucrânia no final da semana que vem. A chegada do carregamento deve coincidir com o aniversário de um ano da invasão russa, em 24 de fevereiro de 2022.

Macron já havia anunciado, no início de janeiro, o envio desses tanques. Mas o número de veículos continua sendo um mistério que, segundo Lecornu, tem como objetivo “não dar informações estratégicas para a Rússia”. No entanto, o ministro confirmou que militares ucranianos já foram formados para operar esses equipamentos.

Já sobre a potencial entrega de aeronaves de combate, um pedido feito várias vezes pelo presidente ucraniano Volodymyr Zelensky, Lecornu sublinha que “não há tabu” sobre a questão, mas aponta a complexidade de “logística” desse pedido.

Porém, tanto Macron como Lecornu deixaram a porta aberta para o diálogo com a Rússia. “Este é o papel de uma potência como a França”, insistiu o ministro.

(Com informações da AFP)

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