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Peru: vice de Pedro Castillo assume após destituição do presidente, que continua detido

O presidente peruano, Pedro Castillo, continuava detido nesta quinta-feira (8) em uma delegacia de Lima, um dia após ser destituído do cargo pelo Congresso. O chefe de Estado foi substituído pela sua vice-presidente, Dina Boluarte, duas horas depois. Castillo ameaçou dissolver o Parlamento, "manobra politica" que foi considerada como uma tentativa de golpe de estado.

A vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, depois de prestar juramento no congresso de Lima, nesta quarta-feira
A vice-presidente do Peru, Dina Boluarte, depois de prestar juramento no congresso de Lima, nesta quarta-feira AP - Guadalupe Pardo
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A detenção de Castillo, por  "incapacidade moral permanente", foi aprovada nesta quarta-feira (7) e anunciada pela procuradora Marita Barreto. Ele ficou apenas 17 meses no poder. Imagens divulgadas pela imprensa local mostram o presidente sentado em uma poltrona, cercado de policiais e representantes da Justiça. A destituição de Castillo foi transmitida ao vivo na TV e aprovada por 101 dos 130 parlamentares, dos quais 80 da oposição.   

Segundo a imprensa peruana, Castillo foi transferido de helicóptero para uma base em Lima, onde deve ficar preso por, no máximo, 15 dias. Ele está sendo acusado de "rebelião", sujeito a uma pena de 10 a 20 anos de detenção. Representantes da Justiça também estiveram no palácio presidencial nesta quarta-feira à noite para realizar buscas. 

Castillo está no poder desde julho de 2021 e é alvo de seis investigações por corrupção e tráfico de influência, que também atingem membros de sua família. Esta foi a terceira tentativa do Congresso de afastar o presidente – ele tem 70% de taxa de rejeição popular.

Os apoiadores do ex-presidente Pedro Castillo enfrentam a polícia de choque ao redor da delegacia onde Castillo chegou mais cedo, em Lima, Peru, quarta-feira, 7 de dezembro de 2022.
Os apoiadores do ex-presidente Pedro Castillo enfrentam a polícia de choque ao redor da delegacia onde Castillo chegou mais cedo, em Lima, Peru, quarta-feira, 7 de dezembro de 2022. AP - Martin Mejia

Governo de emergência

Na tentativa de continuar no cargo, Castillo, além de ameaçar a dissolução do Parlamento, também havia anunciado a criação de um "governo de emergência excepcional" e "a convocação de um novo Congresso com poderes constituintes". A manobra foi ignorada pelo Parlamento e denunciada por outros políticos.

Segundo a polícia, Castillo tentou se refugiar na embaixada do México e pedir asilo, mas acabou sendo preso antes. "Trata-se um golpe de Estado no puro estilo do século 20", denunciou o presidente da corte constitucional, Francisco Morales. Segundo ele, ninguém "deve obediência a um governo usurpador".

Durante a cerimônia de posse no Parlamento, Dina Boluarte, do partido Peru Livre, o  mesmo de Castillo, disse que a tentativa de golpe de Estado de Pedro Castilho não repercutiu nas instituições democraticas ou na rua. Ela ficará no poder até 2026. 

Advogada de 60 anos, Boluarte foi uma das figuras mais proeminentes do governo desde que assumiu o cargo de ministra do Desenvolvimento e Inclusão Social, que exerceu – em conjunto com a vice-presidência – desde o início do mandato de Castillo e até duas semanas atrás.

No Brasil, Lula reagiu ao afastamento de Castillo e lamentou que um presidente democraticamente eleito "viva uma situação como essa", mas elogiou o fato de que o processo "respeitou a Constituição".

(Com informações da AFP)

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