EUA vai se apor a novos assentamentos na Cisjordânia, diz Blinken ao novo governo de Israel
O secretário de Estado americano, Antony Blinken, disse neste domingo (4) que Washington irá se opor aos assentamentos israelenses, ou à anexação da Cisjordânia. Ele prometeu, no entanto, que julgará o novo governo de Benjamin Netanyahu por suas ações, e não pelo perfil de extrema direita de alguns de seus membros.
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Netanyahu deve voltar ao poder depois de fechar um acordo de coalizão com movimentos de extrema direita. Entre eles está o Sionismo Religioso, que receberá um cargo responsável por assentamentos na Cisjordânia ocupada.
Em conversa com o J Street, um grupo progressista pró-Israel nos Estados Unidos, Blinken parabenizou o líder israelense."Vamos avaliar o governo pelas políticas que executa, e não por seus membros", frisou Blinken. Ele disse, entretanto, que o governo de Biden trabalhará para preservar o que definiu como um "horizonte de esperança" para a criação de um Estado palestino.
"Também continuaremos a nos opor a qualquer ato que acabe com as perspectivas de uma solução de dois Estados", assim como "à expansão dos assentamentos, à anexação da Cisjordânia, à alteração do 'status quo' histórico dos lugares sagrados, às demolições e aos despejos e à incitação à violência", exemplificou Blinken.
Princípios democráticos
O secretário de Estado americano disse ainda que a Casa Branca insistirá nos "princípios democráticos fundamentais, incluindo o respeito pelos direitos das pessoas LGBTQ e a administração da justiça igualitária para todos os cidadãos de Israel".
A coalizão governamental incluirá grupos de extrema direita como Noam, cujo líder, Avi Maoz, opõe-se aos direitos LGBTQI+. Netanyahu se apressou em dizer que a Parada do Orgulho Gay de Jerusalém continuará, contradizendo Maoz, que havia prometido seu cancelamento.
O líder do Sionismo Religioso, Itamar Ben-Gvir, que deve desempenhar um papel-chave no Executivo, é um forte defensor dos assentamentos judaicos. O político costumava pendurar em sua sala um retrato de Baruch Goldstein, que matou 29 palestinos em uma mesquita de Hebron, em 1994.
A eleição de 1º de novembro foi a quinta em menos de quatro anos e ocorreu após o colapso de uma coalizão diversificada que tentou manter Netanyahu de fora.
(Com informações da AFP)
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