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Parlamento Europeu classifica Rússia de "Estado patrocinador do terrorismo"

O Parlamento Europeu aprovou nesta quarta-feira (23) um texto que descreve a Rússia como um "Estado patrocinador do terrorismo" na guerra da Ucrânia, apelando para que os 27 países da União Europeia (UE) façam o mesmo.

Bombeiros ucranianos trabalham na maternidade de um hospital danificado em Vilniansk, Ucrânia, quarta-feira, 23 de novembro de 2022.
Bombeiros ucranianos trabalham na maternidade de um hospital danificado em Vilniansk, Ucrânia, quarta-feira, 23 de novembro de 2022. AP
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No texto adotado em Estrasburgo por 494 votos a favor (58 contra e 44 abstenções), os eurodeputados descrevem que além de ser um "Estado patrocinador do terrorismo", a Rússia "usa meios terroristas".

A resolução ocorre após repetidos apelos do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para que a comunidade internacional declarasse o regime do presidente Vladimir Putin como "regime terrorista". O Parlamento Europeu dá esse passo simbólico, na ausência de uma estrutura legal adequada na UE para uma resolução dessa natureza, como existe nos EUA.

"A Rússia deve ser isolada em todos os níveis e responsabilizada por sua política de terrorismo de longa data na Ucrânia e em todo o mundo", reagiu o presidente ucraniano rapidamente no Twitter, saudando a decisão dos eurodeputados.

O apelo de Volodymyr Zelensky já havia sido ecoado pelos parlamentos da Estônia, Lituânia e Letônia, assim como pela Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE), que em outubro convidou os 46 países da organização pan-europeia de direitos humanos a declarar o regime russo como "terrorista".

EUA se recusam

A administração do presidente norte-americano Joe Biden, por outro lado, recusa-se a usar este rótulo para a Rússia.

"Chamamos as coisas pelos seus nomes. (...) O reconhecimento deste fato pelo Parlamento Europeu envia um sinal político claro. Na Europa, os europeus não querem permanecer passivos, enquanto seu grande vizinho viola todas as normas humanitárias e internacionais", disse o eurodeputado lituano e ex-primeiro ministro, Andrius Kubilius (EPP, de direita).

No texto adotado nesta quarta-feira, os eurodeputados pedem à UE e aos Estados-membros que criem um "quadro jurídico europeu" que permita "uma bateria de pesadas medidas restritivas contra países rotulados como apoiadores do terrorismo e que tenha o efeito de limitar significativamente as relações do bloco" com os países em questão.

Desde a invasão russa da Ucrânia em fevereiro, a UE intensificou as retaliações econômicas contra Moscou, com oito pacotes de sanções já anunciados.

No total, 1.241 indivíduos - incluindo o presidente russo Vladimir Putin e seu Ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, e oligarcas como Roman Abramovich, Mikhail Fridman ou Petr Aven - além de 118 entidades, estão atualmente sujeitas ao congelamento de bens e à proibição de entrar na UE.

(Com AFP)

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