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Pyongyang lança míssil balístico gerando temores de teste nuclear a qualquer momento

A Coreia do Norte lançou um míssil balístico intercontinental (ICBM) na sexta-feira (18), que caiu na costa do Japão. Foi o mais recente de uma série de lançamentos de projéteis nas últimas semanas. Seul, Tóquio e Washington temem um teste nuclear iminente de Pyongyang.

A Coreia do Norte teria disparado nesta sexta-feira um míssil balístico intercontinental, de acordo com as Forças Armadas sul coreanas.
A Coreia do Norte teria disparado nesta sexta-feira um míssil balístico intercontinental, de acordo com as Forças Armadas sul coreanas. AP - Ahn Young-joon
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Com o correspondente da RFI em Seul, Nicolas Rocca, e agências

O estado-maior sul-coreano "detectou um suposto míssil balístico de longo alcance lançado por volta das 10h15 (horário local) da área de Sunan em Pyongyang, em direção ao Mar do Leste", que é o nome coreano para o Mar do Japão.

Tóquio disse que o míssil viajou cerca de 1.000 km e que o Japão não tentou destrui-lo durante o voo. O ministro da Defesa japonês, Yasukazu Hamada, indicou que o projétil atingiu uma altitude máxima de 6.000 km, e foi deduzido que se tratava de um "míssil balístico da classe ICBM", uma das armas mais poderosas do arsenal norte-coreano.

“Inaceitável”

"O míssil balístico lançado pela Coreia do Norte parece ter caído em nossa zona econômica exclusiva, ao largo de Hokkaido", a grande ilha no norte do arquipélago japonês, disse o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, chamando o lançamento de "absolutamente inaceitável".

Kishida, que está na Tailândia para a cúpula anual do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), também afirmou que barcos e aviões tinham sido danificados. 

A conferência anual começou nesta sexta-feira, mas as discussões, que deveriam se concentrar na situação econômica mundial, mudaram de rumo após o disparo da Coreia do Norte. 

Em Bangkok, onde participa do fórum, a vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, deve se reunir com Kishida, o primeiro-ministro sul-coreano, Han Duck-soo, e os líderes do Canadá, Austrália e Nova Zelândia.

A Casa Branca condenou "fortemente" o disparo, que disse constituir "uma violação descarada de várias resoluções do Conselho de Segurança das Nações Unidas, aumentando desnecessariamente as tensões e os riscos de desestabilizar a segurança na região".

Em 3 de novembro, a Coreia do Norte já havia lançado um ICBM, mas esse lançamento aparentemente falhou, de acordo com Seul e Tóquio.

O país havia rompido em março passado uma moratória que havia se imposto em 2017 sobre os lançamentos desse tipo de mísseis de longo alcance, capazes, segundo especialistas militares, de atingir o território norte-americano.

Os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão intensificaram suas manobras militares conjuntas nos últimos meses diante das ameaças da Coreia do Norte. Seul e Washington conduziram os mais intensos exercícios aéreos conjuntos de sua história no final de outubro e início de novembro. Mas a Coreia do Norte vê essas demonstrações de força como um ensaio geral para uma invasão de seu território ou uma tentativa de derrubar o regime de Kim Jong-un.

Receios de teste nuclear   

Biden, seu homólogo sul-coreano Yoon Suk-yeol e Kishida também prometeram uma resposta “forte e firme” no último domingo se Pyongyang realizar esse tipo de teste, que seria o primeiro desde 2017 e o sétimo em sua história.

O chefe da diplomacia norte-coreana, Choe Son Hui, respondeu que o fortalecimento da aliança militar entre Seul, Tóquio e Washington estava "colocando a situação na península coreana em uma fase imprevisível".

Quanto mais essa aliança se fortalecer, “mais feroz será a resposta militar da RPDC”, alertou Choe, usando a sigla da República Popular Democrática da Coreia, nome oficial da Coreia do Norte.

Pyongyang realizou uma onda sem precedentes de ataques com mísseis no início de novembro, um dos quais caiu perto das águas territoriais da Coreia do Sul pela primeira vez desde o fim da Guerra da Coreia, em 1953. O presidente Yoon denunciou uma "invasão territorial de fato".

Somente em 2 de novembro, aconteceram 23 lançamentos de mísseis norte-coreanos, mais do que em todo o ano de 2017, quando o líder Kim Jong-un e o então presidente dos EUA, Donald Trump, ameaçaram um ao outro com um apocalipse nuclear.

Em setembro e outubro, Pyongyang já havia disparado uma ampla salva de mísseis, um dos quais sobrevoou o Japão pela primeira vez em cinco anos. O regime norte-coreano apresentou esses testes como simulações de ataques "táticos nucleares" contra alvos na Coreia do Sul.

Analistas dizem que a Coreia do Norte, que sob as resoluções da ONU está proibida de lançar mísseis balísticos, mostra desinibição pela probabilidade de escapar de qualquer nova sanção da ONU devido a divisões no Conselho de Segurança, onde China e Rússia bloqueiam toda tentativa americana nessa direção.

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