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Tropas ucranianas cercam milhares de soldados russos em Lyman, sob controle de Moscou

O exército ucraniano afirmou, neste sábado (1), que suas tropas cercaram milhares de soldados russos nas proximidades de Lyman. A cidade é um importante centro ferroviário do leste da Ucrânia controlado por Moscou e considerada como um dos redutos da ocupação russa. 

Soldado perto da frente de batalha em Lyman, na Ucrânia.
Soldado perto da frente de batalha em Lyman, na Ucrânia. REUTERS - JORGE SILVA
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"As forças russas estão cercadas em Lyman", afirmou o porta-voz do exército ucraniano no leste do país, Serhiy Cherevatyi, citado pela agência Interfax-Ukraine. Ele disse que "entre 5.000 e 5.500 russos" estavam entrincheirados nos arredores da cidade.

A tomada de Lyman, que o exército russo utiliza como base logística de transportes para suas operações militares no norte da região de Donetsk, é uma das vitórias mais importantes da Ucrânia desde a ofensiva em Kharkiv. O exército ucraniano obteve grandes avanços territoriais nas últimas semanas nesta região ao noroeste de Donetsk, onde fica Lyman.

O governador ucraniano de Lugansk, Serguii Gaidai, afirmou que os soldados russos de Lymam "têm três opções: fugir, morrer todos juntos ou se render". Cherevatyi também anunciou que as tropas de Kiev recuperaram cinco localidades ao redor da cidade, aumentando a pressão sobre os soldados russos que estão cercados.

O anúncio da vitória em Lyman acontece um dia depois da anexação à Rússia de quatro regiões ucranianas. A decisão foi condenada por Kiev e seus aliados ocidentais.

O Ministério da Defesa russo não fez comentários, mas, na sexta-feira (30), Putin declarou oficialmente a anexação das províncias de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporíjia durante a cerimônia em Moscou, após a realização de um referendo contestado na região. 

O governo ucraniano qualificou a integração de "farsa" e prometeu liberar a totalidade do território ucraniano da ocupação militar russa. 

Após a oficialização da anexação, a preocupação cresce na maior parte das ex-repúblicas soviéticas, explica o correspondente da RFI em Tbilissi, Régis Genté. Segundo ele, algumas províncias continuam aliadas à Rússia, mas outras criticam abertamente o governo de Putin.

Mulher vota em Donetsk, no leste da Ucrânia, em referendo organizado pela Rússia na semana passada
Mulher vota em Donetsk, no leste da Ucrânia, em referendo organizado pela Rússia na semana passada © AP Photo

Algumas ex-repúblicas soviéticas também julgam essas anexações ilegítimas. Países como a Moldávia e o Cazaquistão criticaram a declaração recente do presidente russo sobre os referendos. Segundo Putin, "ninguém perguntou às pessoas, após a queda da ex-União Soviérica, onde as elas queriam viver". 

Só que, em muitas dessas repúblicas soviéticas, foram realizados referendos em 1991: 84% dos 32 milhões de ucranianos na época participaram do pleito organizado em 1° de dezembro de 1991 e 90% votaram pela independência, por exemplo.

A "integridade física" da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada pelos russos, "foi violada diversas vezes", denunciou o diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atômica, após a inspeção do local.
A "integridade física" da central nuclear ucraniana de Zaporíjia, ocupada pelos russos, "foi violada diversas vezes", denunciou o diretor-geral da Agência Internacional da Energia Atômica, após a inspeção do local. via REUTERS - IAEA

Cresce ameaça nuclear com diretor da central de Zaporíjia 

O diretor da central nuclear de Zaporíjia, Ihor Mourachov, foi preso por uma patrulha russa. O anúncio foi feito neste sábado (1) pelo presidente da Energoatom, Petro Kotine, em um comunicado. A empresa é encarregada da administração do local.

Segundo ele, Mourachov teve os olhos vendados e foi levado de carro para um local desconhecido. A tomada da central de Zaporíjia pelos russos tornou-se uma das questões mais importantes do conflito na Ucrânia, diante do risco de acidente nuclear. Kiev e  Moscou se acusam de bombardear o local.

Mourachov "assume a responsabilidade exclusiva da segurança nuclear e radioativa da central" e sua prisão "compromete a segurança das atividades da maior central da Ucrânia e da Europa", declarou Kotine. Ele pediu às tropas russas que "interropam imediatamente os atos de terrorismo nuclear que visem a direção e os funcionários da central".

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) disse que está tentando obter informações sobre Mourachov junto às autoridades russas.

(RFI e AFP)

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