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Iranianas arrancam véu e fazem greve em protesto à morte de mulher detida por 'polícia moral'

A província iraniana do Curdistão está em greve nesta segunda-feira (19) para protestar contra a morte, na sexta-feira (16), de uma jovem mulher após sua prisão pela polícia da "moralidade" do Irã. Desde então, acontecem várias manifestações entre Teerã e Saqqqez, a cidade natal da vítima no Curdistão. 


Um homem olha para um jornal com a fotode capa de Mahsa Amini, uma mulher que morreu após ser presa pela "polícia de moralidade" da República Islâmica, em Teerã, Irã, 18 de setembro de 2022.
Um homem olha para um jornal com a fotode capa de Mahsa Amini, uma mulher que morreu após ser presa pela "polícia de moralidade" da República Islâmica, em Teerã, Irã, 18 de setembro de 2022. VIA REUTERS - WANA NEWS AGENCY
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Os eventos aconteceram na última terça-feira (13) quando Mahsa Amini, uma jovem curda de 22 anos, foi presa por usar o "véu errado" em Teerã. Ela deixou a delegacia em uma maca, em coma e morreu três dias depois no hospital. 

A unidade policial responsável pela aplicação do véu muçulmano obrigatório no país tem sido criticada diversas vezes nos últimos meses por suas intervenções violentas contra mulheres suspeitas de violar o código de vestuário em vigor no país desde a revolução islâmica em 1979.

No sábado (17), em seu funeral em Saqqqez, na província noroeste do Curdistão, as mulheres tiraram seus véus em meio a uma multidão que gritava "Morte à ditadura".

Do cemitério, a multidão se deslocou em direção ao gabinete do governador local. Os manifestantes atiraram projéteis no retrato do líder supremo iraniano, o aiatolá Ali Khamenei. O mesmo encontro ocorreu em Sanandaj, a capital da província do Curdistão. 

Protestos reprimidos, cabelos cortados e véus queimados

Como em toda manifestação no Irã, a multidão foi violentamente reprimida. De acordo com a organização curda de direitos humanos Hendaw, um total de 38 pessoas foram feridas e 13 foram presas.

Em Teerã, os estudantes também se manifestaram. Nas redes sociais, algumas mulheres postaram vídeos de si mesmas cortando seus cabelos ou queimando seu hijab, o véu islâmico.

Os partidos políticos curdos apelaram para uma greve geral nesta segunda-feira em uma região com tendências pró-independência, particularmente controlada pelo regime. 

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