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Argélia nos Brics? Especialistas analisam a possibilidade no contexto de uma nova ordem mundial

A Argélia planeja bater à porta dos Brics. O chefe de Estado argelino, Abdelmadjid Tebboune, falou na noite de domingo (31) sobre a possibilidade de seu país se juntar ao grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Tebboune clamou por "uma nova ordem econômica mundial, na qual a paridade e a equidade reinem entre os países".

O presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, em outubro de 2020 em Argel
O presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, em outubro de 2020 em Argel © FAROUK BATICHE / PPAGENCY/SIPA
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“Os Brics nos interessam porque nos permitem afastar a atração dos dois polos”, argumentou o presidente argelino Abdelmadjid Tebboune, na noite de domingo (31), na televisão. Nesta mesma entrevista, ele garantiu que, em breve, terá “boas notícias”, mesmo que não "devamos nos antecipar aos acontecimentos”.

Já no final de junho, o chefe de Estado argelino havia participado de uma videoconferência durante a última cúpula do Brics.

Uma entrada neste clube “permitiria à Argélia ter relações diretas com estas grandes potências emergentes que são os Brics e reforçar o seu estatuto diplomático”, segundo o economista especializado em Argélia, Alexandre Kateb, em entrevista à RFI.

Também poderia haver oportunidades econômicas, em particular, junto ao Banco dos Brics, uma espécie de banco central do grupo.

A Argélia poderá “beneficiar de financiamentos concedidos por este banco”, continua Alexandre Kateb. Outras operações econômicas poderão ocorrer, como “o comércio e a criação de um sistema alternativo ao papel do dólar americano”, adianta o analista.

Brics abrem a porta pela metade

Os Brics, por sua vez, "mostram o princípio de sua abertura" sob o impulso da Rússia e da China, segundo Thierry Apoteker, economista especializado nos Brics e na Argélia. Tudo isso no contexto de uma nova ordem política mundial.

A Argélia “tem todos os atributos necessários para fazer parte do Brics: é um país influente no cenário internacional, um país importante do ponto de vista de recursos e do equilíbrio global de petróleo e gás. Tem uma influência regional, principalmente na região do Sahel, que é de grande interesse da Rússia e da China”, analisa o especialista.

Mas, ao mesmo tempo, é uma abertura em princípio. "O processo de entrada da Argélia nos Brics certamente será muito gradual. E talvez dure por anos, dada a instabilidade geopolítica global", diz Thierry Apoteker à RFI.

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