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“Me disseram que não poderia mais sair de casa”: Pequim endurece medidas contra Covid; Xangai reabre comércio

A cidade de Xangai anunciou uma reabertura progressiva dos estabelecimentos comerciais a partir de segunda-feira (16). A medida é tomada após quase dois meses de confinamento na capital econômica chinesa para impedir a propagação da nova onda da pandemia de Covid-19, provocada pela variante ômicron. Mas a situação preocupa agora em Pequim, onde as restrições sanitárias foram reforçadas neste domingo (15).

Moradores de Pequim, onde autoridades decidiram endurecer as medidas sanitárias para tentar conter uma nova onda de Covid-19.
Moradores de Pequim, onde autoridades decidiram endurecer as medidas sanitárias para tentar conter uma nova onda de Covid-19. AP - Andy Wong
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Com informações de Stéphane Lagarde, correspondente da RFI em Pequim

O vice-prefeito de Xangai, Chen Tong, anunciou uma reabertura "por etapas" dos estabelecimentos comerciais, sem especificar como acontecerá e quais serão as condições.

O governo chinês havia decretado um confinamento no início de abril na metrópole, principal foco de contágios. Mas muitos de seus 25 milhões de habitantes já haviam deixado de sair de suas residências antes desta data. No início de maio, no auge dessa nova onda de contaminação, até os chineses com testes negativos para o coronavírus mas que tiveram contato com pessoas infectadas foram obrigados a fazer quarentena, muitas vezes em centros improvisados fora da cidade. 

Na China, a flexibilização das restrições geralmente está condicionada à erradicação de infecções entre a população e a não registrar nenhum caso positivo durante três dias, sem contar as pessoas isoladas em centros de quarentena. Neste domingo foram registrados 1.369 novos casos positivos em Xangai, contra mais de 25.000 a cada 24 horas no fim de abril, o que levou as autoridades a atenuar as medidas sanitárias na cidade.

Mas se a situação parece melhorar na metrópole, o temor de um confinamento generalizado paira agora sobre Pequim. A capital chinesa detectou mais de mil casos desde o final de abril.

A cidade organizou testes em larga escala com os moradores em diversas ocasiões, decretou o confinamento de edifícios que tiveram casos positivos e fechou estações de metrô e lojas consideradas não essenciais em alguns bairros. Para frear os contágios, o distrito de Fangshan, ao sudoeste de Pequim e com 1,3 milhão de habitantes, suspendeu no sábado (14) a circulação de táxis.

Mas, com exceção de algumas áreas confinadas, a maioria dos 22 milhões de moradores de Pequim ainda pode sair de casa, embora muitos espaços públicos estejam fechados e muitos habitantes tenham sido obrigados a retomar o trabalho remoto.

Aparente normalidade

Quem andava pelas ruas de Pequim neste domingo tinha a impressão de uma certa normalidade. Crianças jogavam bola nos condomínios que não registraram casos de Covid e ainda era possível ver várias pessoas circulando de bicicleta nas ruas da cidade.

No entanto, as autoridades já desaconselham reuniões de família e os piqueniques foram proibidos nos raros parques da capital que permanecem abertos ao público. Apenas uma parte dos restaurantes funcionam, em modo take away.

Além disso, essa aparente normalidade também pode mudar rapidamente. Foi o que aconteceu com Lionel, um francês que vive em Pequim. Há três dias ele está bloqueado, sem poder sair de casa. O motivo: ter visitado um shopping center no qual um caso de Covid-19 foi confirmado. Poucas horas depois ele foi contactado por meio o sistema de rastreamento ligado ao telefone celular.

“Não sei exatamente quem me ligou. Me perguntaram apenas se eu tinha passado pelo shopping. Diante da minha resposta, me disseram que não poderia mais sair de casa e deveria me testar todos os dias”, conta. Lionel diz ter sorte, pois sua casa não foi trancada pelas autoridades pelo lado de fora, como já aconteceu em alguns casos no país. “Tenho amigos que vivem em um condomínio que foi totalmente fechado. Eles recebem alimentos por meio de associações e não podem nem encomendar comida [para evitar contato com entregadores]”, relata.

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