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Investigação internacional revela que Credit Suisse teve fundos ilícitos durante décadas

Uma investigação realizada por um consórcio internacional de veículos de informação revelou no domingo (20) que o banco Credit Suisse teve dezenas de bilhões de euros em fundos de origem criminosa ou ilícita por décadas. A instituição, uma das mais importantes do setor financeiro em todo o mundo, rejeita "firmemente" as acusações. 

Uma agência do Credit Suisse em Berna, na Suíça. Imagem de arquivo.
Uma agência do Credit Suisse em Berna, na Suíça. Imagem de arquivo. AFP/Archives
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O trabalho foi realizado pelo Projeto de Denúncias sobre Crime Organizado e Corrupção (OCCRP, sigla em inglês), um grupo que reúne 47 representantes da mídia internacional, incluindo Le Monde, The Guardian, Miami Herald e La Nación.

A investigação começou após um grande vazamento de dados que chegou de forma anônima ao jornal alemão Süddeutsche Zeitung há pouco mais de um ano. As informações dizem respeito a mais de 18 mil contas bancárias no Credit Suisse entre o início dos anos 1940 e o final dos anos 2010. Segundo o jornal Le Monde, seriam mais de 37 mil correntistas, entre pessoas físicas e empresas.

"Com base em um vazamento maciço de informações de milhares de contas bancárias gerenciadas pelo Credit Suisse, a investigação mostra que, desafiando os padrões de vigilância impostos a grandes bancos internacionais, o estabelecimento originário de Zurique abrigou fundos ligados ao crime e à corrupção", escreve o jornal. 

Mais de € 95 bilhões de fundos ilícitos

As revelações estão concentradas principalmente em países em desenvolvimento da África, Oriente Médio, Ásia e América do Sul, com clientes domiciliados na Europa ocidental representando apenas 1% do total, segundo o jornal. No total, mais de 100 bilhões de francos suíços (equivalentes a mais de € 95 bilhões) são afetados pelas contas reveladas pelo consórcio.

Entre os correntistas, estão polêmicos bilionários ou detentores de grandes fortunas acusados de corrupção. Entre anônimos e célebres personalidades, o ponto em comum é o "dinheiro sujo", de origem duvidosa, aponta Le Monde. O diário revela alguns nomes apontados pela investigação, como o rei da Jordânia Abdullah II, o ex-ditador do Zimbábue, Billy Rautenbach, ou um alto dirigente da empresa alemã Siemens, que teria liderado um esquema de corrupção junto a funcionários nigerianos. 

Em um comunicado, o Credit Suisse reagiu dizendo que as informações reveladas são "apelativas, imprecisas ou tiradas do contexto, resultando em uma apresentação tendenciosa da conduta comercial do banco". "90% das contas afetadas já foram fechadas, mais de 60% delas antes de 2015", alega o banco, acrescentando que está "conduzindo uma investigação" sobre a violação de dados dentro da instituição.

(Com informações da AFP

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