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Tropas russas se preparam para o ataque, afirma secretário de Defesa dos EUA

As tropas russas concentradas na fronteira com a Ucrânia estão "se deslocando" e "se preparando para atacar", declarou o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, durante uma visita à Lituânia neste sábado (19). Horas antes, o presidente Joe Biden garantiu que a ofensiva de Moscou terá início em alguns dias. 

Fotos divulgadas pelo Ministério da Defesa da Rússia na sexta-feira (18) mostram tanques perto da fronteira com a Ucrânia.
Fotos divulgadas pelo Ministério da Defesa da Rússia na sexta-feira (18) mostram tanques perto da fronteira com a Ucrânia. AP
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Para os Estados Unidos, parece não haver mais dúvidas sobre uma invasão da Rússia à vizinha Ucrânia. Austin indicou neste sábado que os militares russos "estão movendo suas posições para poder realizar um ataque".

Na sexta-feira (18), o presidente americano, Joe Biden, se disse convencido de que Moscou tomou a decisão de invadir a Ucrânia, o que vai ocorrer em breve, segundo ele. Para Biden, a multiplicação de ataques na fronteira entre os dois países, nas últimas horas, tem o objetivo de criar uma "justificativa falsa" para o lançamento da ofensiva na "próxima semana" ou "daqui a alguns dias".

Observadores da Organização para Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) alertaram neste sábado para um aumento significativo das violências na região. Mais cedo, Kiev anunciou que um soldado ucraniano foi morto em um bombardeio no leste do país. 

Os separatistas pró-russos e as forças ucranianas continuam se acusando mutuamente de desrespeitar o cessar-fogo. O líder dos insurgentes, Denis Pouchiline, chegou a convocar uma mobilização geral de seu campo. Em um vídeo, o dirigente da autoproclamada "república de Donetsk", no leste da Ucrânia, pede aos "homens capazes de segurar uma arma" que se apresentem nos postos militares.

Enquanto isso, milhares de ucranianos fogem em massa das cidades perto da fronteira com a Rússia. Vários deles tentam se afastar do país vizinho, dirigindo-se em direção ao oeste, mas outros buscam refúgio em cidades russas. Devido à chegada de uma quantidade inesperada de refugiados do leste ucraniano, a região russa de Rostov declarou estado de emergência nesta manhã.

Manobras militares

O presidente russo, Vladimir Putin, assiste a grandes manobras militares e a testes de mísseis neste sábado. Os exercícios mobilizam soldados do sul do país, forças aéreas, frotas navais do norte e do Mar Negro, bem como os serviços "estratégicos" do exército russo. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, garante que as operações ocorrem dentro de "um processo de treinamento regular" e nega a intenção de uma invasão à Ucrânia.

Nesta manhã, o Kremlin confirmou que Putin e o presidente francês, Emmanuel Macron, conversarão por telefone no domingo (20). Já o ministro das Relações Exteriores da França, Jean-Yves Le Drian, falou neste sábado com o chefe da chancelaria russa, Serguei Lavrov. 

"Ele expressou sua certeza de uma resposta unida dos europeus e seus aliados" em caso de ataque russo, indicou um comunicado. No entanto, Le Drian deixou em aberto a possibilidade de negociação. "Cabe à Rússia a escolha de um diálogo", reiterou o documento. 

"A lei do mais forte"

Segundo a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, Moscou quer "reescrever as regras da ordem internacional". Durante a Conferência de Segurança de Munique, na Alemanha, ela denunciou uma aliança entre a China e a Rússia para impor "a lei do mais forte".

"Pela primeira vez, Pequim se junta a Moscou para pedir que a Otan não aceite mais membros", afirmou o secretário-geral da aliança atlântica, Jens Stoltenberg. "Trata-se de uma tentativa de controlar o destino de nações livres, reescrever as regras internacionais e impor modelos autoritários de governança", afirmou, ao lado de Von der Leyen. 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou neste sábado que manterá sua viagem à Alemanha, conforme previsto, para participar da conferência de Munique. Segundo Kiev, a situação no leste do país "permanece plenamente sob controle". O governo ucraniano não respondeu ao questionamento feito por Biden na sexta-feira sobre o perigo de Zelensky deixar o país neste momento de forte tensão.

(Com informações da AFP

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