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Crise na Ucrânia: Otan anuncia envio de reforços militares ao leste da Europa

As incertezas de um confronto militar na Ucrânia continuam mantendo o mundo em suspense. Países da Otan anunciaram nesta segunda-feira (24) o envio de reforços militares para o leste da Europa. Moscou diz que ação é exagerada, mas impõe condições para uma desescalada da crise. 

Membros das Forças de Defesa Territorial da Ucrânia, unidades militares voluntárias das Forças Armadas, treinam em um parque da cidade em Kyiv, Ucrânia, sábado, 22 de janeiro de 2022.
Membros das Forças de Defesa Territorial da Ucrânia, unidades militares voluntárias das Forças Armadas, treinam em um parque da cidade em Kyiv, Ucrânia, sábado, 22 de janeiro de 2022. AP - Efrem Lukatsky
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Conselheiros políticos da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha se encontram na quarta-feira (26) em Paris para discutir a crise entre Moscou e os países ocidentais sobre o destino da ex-república soviética.

A Rússia desmente que planeje uma invasão da Ucrânia, mas mobilizou mais de mil tropas e armamentos pesados na fronteira entre os dois países. Já os líderes ocidentais não conseguem chegar a um acordo sobre como reagir caso o ataque russo se concretize.

Os países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) vão reforçar a capacidade de defesa no leste da Europa, com o envio de aviões e navios para contrabalançar a concentração de tropas russas na fronteira com a Ucrânia, anunciou a instituição nesta segunda-feira.

Os países da Aliança "estão colocando suas forças em estado de alerta e enviando navios e aviões de combate adicionais da OTAN no Leste Europeu, reforçando a dissuasão e a defesa", disse a Aliança Atlântica em um comunicado.

Soldados americanos participam de exercícios em Yavoriv, no oeste da Ucränia.
Soldados americanos participam de exercícios em Yavoriv, no oeste da Ucränia. YURIY DYACHYSHYN AFP

"A OTAN continuará tomando todas as medidas necessárias para proteger e defender todos os aliados, inclusive reforçando a parte oriental da Aliança", afirmou seu secretário-geral, Jens Stoltenberg, na nota.

A organização destacou que a Espanha "está enviando navios para se juntarem às forças navais da OTAN e está considerando enviar aviões de combate para a Bulgária", entre outras iniciativas.

"A Dinamarca enviará uma fragata para o Mar Báltico e mobilizará quatro caças F-16 na Lituânia em apoio à missão de vigilância aérea da OTAN na região", acrescentou a aliança militar.

Do mesmo modo, completa a nota divulgada, a França "manifestou sua disposição de enviar tropas para a Romênia sob o comando da OTAN".

Enquanto isso, a Holanda enviará "dois caças F-35 para a Bulgária, a partir de abril, para apoiar as atividades de vigilância aérea da Aliança Atlântica na região e colocará um navio e unidades terrestres de prontidão para a Força de Resposta da OTAN".

O principal aliado da organização, os Estados Unidos, "também deixou claro que planeja aumentar sua presença militar na zona leste da Aliança", disse Stoltenberg.

Moscou reage

O Kremlin reagiu ao anúncio e acusou OTAN e Estados Unidos, também nesta segunda-feira, de "exacerbarem" as tensões, ao decidirem enviar navios e aviões de combate para a Europa Oriental.

"As tensões se exacerbaram com os anúncios e as ações muito concretas por parte dos Estados Unidos e da OTAN", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, à imprensa.

O porta-voz considerou "muito alto" o risco de uma ofensiva de Kiev contra separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia.

Soldado ucraniano na linha de frente com separatistas pró-Rússia na região de Lugansk, Ucrânia  (21/01/22).
Soldado ucraniano na linha de frente com separatistas pró-Rússia na região de Lugansk, Ucrânia (21/01/22). AFP - ANATOLII STEPANOV

"As autoridades ucranianas concentram um número considerável de forças e meios na fronteira" dos territórios que descreveu como "repúblicas" e advertiu que essa situação "sugere a preparação de ações ofensivas".

"Tudo isso leva a uma situação em que as tensões aumentam", insistiu Peskov, acrescentando que a existência de um "clima agressivo" na Europa é uma "realidade".

Nessa crise, que segue em escalada, os países ocidentais acusam a Rússia de enviar tanques, artilharia e cerca de 100.000 soldados para a fronteira com a Ucrânia para se preparar para um ataque.

A Rússia nega qualquer intenção bélica, mas condiciona a desescalada à assinatura de tratados que garantam a não expansão da OTAN, em particular para a Ucrânia, assim como a retirada da Aliança Atlântica do Leste Europeu. Os ocidentais consideram tais demandas inaceitáveis.

Estados Unidos e União Europeia ameaçaram Moscou com "consequências em massa" se a Rússia invadir a Ucrânia, embora chegar a um consenso sobre medidas duras entre os 27 membros do bloco europeu seja uma tarefa complexa.

O governo francês desaconselha as viagens para a Ucrânia que não tenham caráter urgente. O Departamento de Estado americano ordenou no domingo a saída das famílias de diplomatas americanos de Kiev, "devido à ameaça persistente de uma operação militar russa".

(com informações da AFP)

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