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EUA condenam novos tiros de "provável míssil balístico" da Coreia do Norte

Os Estados Unidos condenaram nesta quarta-feira (5) os tiros de "um projétil não-identificado", lançado pela Coreia do norte no mar do Japão. Segundo as forças armadas sul-coreanas, a arma poderia ser um míssil balístico. 

Homem assiste reportagem na Coreia do Sul, que fala sobre o lançamento do projétil pela Coreia do Norte
Homem assiste reportagem na Coreia do Sul, que fala sobre o lançamento do projétil pela Coreia do Norte AP - Lee Jin-man
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Um dos porta-vozes do Departamento de Estado Americano pediu ao governo norte-coreano que retomasse o diálogo com as potências ocidentais. "Esse tiro viola várias resoluções do Conselho de Segurança da ONU e representa uma ameaça para os vizinhos da Coreia do Norte e a comunidade internacional", declarou o representante de Washington. "Defendemos uma gestão diplomática da questão e pedimos a retomada com diálogo", acrescentou. 

Segundo o exército da Coreia do Sul, o país vizinho lançou "provavelmente um míssil balístico" no mar, no leste da península coreana, por volta das 8h10 no horário local (20h10 de terça-feira no horário de Brasília). O lançamento foi feito da província de Jagang, na fronteira com a China, de acordo com os militares sul-coreanos.

"Os serviços secretos sul-coreanos e americanos analisam com atenção a situação para obter mais detalhes", diz o comunicado divulgado pelo chefe de Estado Maior da Coreia do Sul.

O Departamento de Estado Americano também reforçou seu "compromisso" com a Coreia do Sul e o Japão e disse que continuará a proteger os dois países da ameaça norte-coreana. O secretário de Estado americano, Antony Blinken, e o ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, devem se reunir à distância na quinta-feira (6) com as autoridades japonesas para discutir questões de segurança. 

O novo embaixador dos Estados Unidos em Tóquio, Rahm Emanuel, deve participar do encontro. A administração do presidente Joe Biden declarou diversas vezes que está "aberta" a discussões com a Coreia do Norte. Pyongyang rejeitou a oferta até agora, acusando Washington de promover uma política "hostil."

O líder norte-americano, Kim Jong-un, se encontrou três vezes com o ex-presidente Donald Trump, que fracassou na obtenção de um acordo global para colocar fim ao programa nuclear norte-coreano.

O presidente americano Joe Biden propõe a retomada do diálogo com a Coreia do Norte.
O presidente americano Joe Biden propõe a retomada do diálogo com a Coreia do Norte. Nicholas Kamm AFP/File

Alcance de 500 quilômetros

Após uma reunião de emergência, o Conselho de Segurança Nacional da Coreia do Sul se disse "preocupado com o lançamento", de acordo com uma nota do gabinete presidencial.

Para o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida, "é realmente lamentável que a Coreia do Norte continue lançando mísseis desde o ano passado", disse, observando que seu governo estuda os detalhes da operação, incluindo o número de projéteis lançados.

O porta-voz do governo japonês, Hirozaku Matsuno, informou que, se o artefato "tiver seguido uma órbita normal, deve ter percorrido cerca de 500 quilômetros e caído fora da zona econômica exclusiva do Japão".

Apesar das sanções econômicas que mergulham o país em uma grande recessão, o líder norte-coreano Kim Jong-un continua desafiando a comunidade internacional.
Apesar das sanções econômicas que mergulham o país em uma grande recessão, o líder norte-coreano Kim Jong-un continua desafiando a comunidade internacional. via REUTERS - KCNA

Sanções internacionais

Em sua primeira década no poder, o ditador Kim Jong-un priorizou o desenvolvimento nuclear e de armas no país, embora isso tenha levado a diversas sanções internacionais.

Apesar de os problemas econômicos do país terem sido agravados pela pandemia do coronavírus, o regime manteve a estratégia militar, realizando uma série de testes entre setembro e outubro de 2021. Estes testes foram retomados nesta quarta-feira, afirmam os países vizinhos.

O lançamento ocorre depois de Kim Jong-un manifestar, na semana passada, em uma reunião de seu partido, seu compromisso de continuar a desenvolver as capacidades militares do país.

Entre setembro e outubro de 2021, o regime norte-coreano anunciou testes bem-sucedidos de mísseis de cruzeiro de longo alcance, mísseis balísticos de um submarino e de um trem, além do que definiu como um teste de míssil hipersônico.

Além das consequências econômicas das sanções internacionais, a Coreia do Norte sofre com o bloqueio autoimposto em suas fronteiras para impedir a entrada do coronavírus. A ONU teme uma crise alimentar sem precedentes no país.

(Com informações da AFP)

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