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Filipinas fazem apelo por ajuda humanitária após passagem do tufão Rai

As autoridades filipinas imploram por ajuda, enquanto moradores começam a mendigar por comida e água potável à beira das estradas. O tufão Rai devastou regiões inteiras do país, deixando 375 mortos e 400 mil desabrigados entre quinta-feira (16) e domingo (19). 

Moradores de San Juan, no sudeste das Filipinas, se aglomeram em um ponto de distribuição de comida. Imagem de 20 de dezembro de 2021.
Moradores de San Juan, no sudeste das Filipinas, se aglomeram em um ponto de distribuição de comida. Imagem de 20 de dezembro de 2021. AP - Erwin Mascarinas
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Arthur Yap, governador da ilha de Bohol, um dos locais mais castigados pelo fenômeno, fez um apelo nesta terça-feira (21). Neste local turístico, para onde muitos filipinos haviam viajado para passar as festas de fim de ano, o tufão Rai deixou quase 100 mortos.

O governador espera que o presidente do arquipélago, Rodrigo Duterte, possa em breve visitar a ilha de Bohol. Yap também espera que o governo envie dinheiro para a compra de água potável e alimentos. 

"Se você não vai enviar dinheiro para comida, envie soldados e policiais porque vão acontecer saques aqui", declarou em uma entrevista à rádio DZBB.

Diante da destruição causada pelo fenômeno, comparado ao tufão Haiyan, em 2013 - considerado o mais poderoso a ter atingido as Filipinas - a Cruz Vermelha também fez um apelo por doações. O objetivo é recolher US$ 22 milhões para ajudas emergenciais e reconstrução dos locais devastados. 

Alguns países já responderam aos pedidos. É o caso do Reino Unido, que se comprometeu a enviar 1 milhão de libras às Filipinas, enquanto o Canadá deve repassar o equivalente a US$ 2 milhões ao governo. 

Devastação "absoluta"

No centro e sul do país, o cenário é de destruição: com ventos de até 195 km/h, casas desabaram, árvores foram arrancadas e o fornecimento de energia elétrica está cortado em várias ilhas. A ONU classificou a situação nas áreas mais afetadas como "devastação absoluta". Mais de 400 mil pessoas perderam suas casas, informou a agência nacional de gestão de desastres.

Milhares de militares, policiais e agentes da guarda costeira foram mobilizados para entregar comida, água potável e suprimentos médicos aos sobreviventes, que sofrem para encontrar produtos básicos. Máquinas pesadas, incluindo retroescavadeiras, também foram enviadas para limpar as estradas.

"Ordenei [ao exército] que mobilize todos os recursos disponíveis - navios, barcos, aviões, caminhões - para entregar os produtos às regiões afetadas", disse o secretário filipino da Defesa, Delfin Lorenzana.

Além de Bohol, as ilhas de Siargao, Dinagat e Mindanao também foram muito afetadas. Na ilha vizinha de Negros, Carl Arapoc, de 23 anos, declarou que sua cidade inteira está sem energia elétrica e que sua família está utilizando madeira para cozinhar. Em Palawan, agricultores e pescadores perderam seus meios de subsistência. 

Mudanças climáticas 

O Rai atingiu as Filipinas de forma tardia - a temporada de tufões geralmente acontece de julho a outubro. Os cientistas alertam que as tempestades são cada vez mais potentes e ganham força de maneira mais rápida devido ao aquecimento global provocado pela mudança climática.

Considerado um dos países mais vulneráveis ao fenômeno, as autoridades filipinas registram a passagem de quase 20 tufões a cada ano. Em 2013, o tufão Haiyan deixou mais de 7.300 pessoas mortas ou desaparecidas, o fenômeno mais violento já registrado neste arquipélago do sudeste asiático.

(Com informações da AFP

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