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China: canadense Michael Spavor é condenado a 11 anos de prisão por espionagem

No dia seguinte à confirmação da sentença de morte de um canadense por tráfico de drogas, a Justiça chinesa proferiu nesta quarta-feira (11) seu veredicto contra Michael Spavor: o empresário canadense foi condenado a 11 anos de prisão por espionagem. A decisão desse processo judicial é eminentemente simbólica das tensões entre Pequim e Ottawa.

O canadense Michael Spavor, condenado a 11 anos de prisão na China. Captura de tela de 2 de março de 2017.
O canadense Michael Spavor, condenado a 11 anos de prisão na China. Captura de tela de 2 de março de 2017. AP
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Zhifan Liu, correspondente da RFI em Pequim

Cinco meses após um julgamento rápido, o empresário canadense Michael Spavor conheceu seu destino. Ele foi condenado a 11 anos de prisão pelos tribunais chineses por "espionagem" e por "roubo" de segredos de Estado. No momento em que o veredicto foi proferido, outro julgamento acontece no Canadá. É o de Meng Wanzhou, diretora financeira da Huawei e filha do fundador da gigante chinesa de tecnologia.

A prisão de Wanzhou, em dezembro de 2018, em Vancouver, marcou a deterioração nas relações entre Pequim e Ottawa. O regime comunista chinês denuncia uma prisão política, enquanto a diretora financeira enfrenta extradição para os Estados Unidos, onde é suspeita de fraude bancária.

Dias depois da prisão de Wanzhou, a China prendeu Michael Spavor e também Michael Kovrig, um ex-diplomata canadense, em julgamento por espionagem e aguardando veredicto. Desde então, eles foram mantidos em silêncio e esperaram mais de dois anos antes de serem julgados a portas fechadas.

O primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, classificou a detenção dos dois canadenses como "arbitrária", e Ottawa fala em retaliação. “Condenamos esta decisão. Existe a possibilidade de recurso. Isso é algo que ele vai discutir com seus advogados”, disse Dominic Barton, embaixador do Canadá na China.

Sentença de morte por tráfico

Nesta terça-feira (10), o canadense Robert Lloyd Schellenberg foi condenado à morte por tráfico de drogas pela justiça chinesa. Este era um dos muitos processos judiciais que azedam as relações entre Pequim e Ottawa.

O tribunal de Dalian, no leste da China, manteve a sentença de morte imposta a Schellenberg em janeiro de 2019. Ele foi preso em 2014, sob a acusação de contrabandear mais de 220 kg de metanfetamina.

Já condenado por tráfico de drogas no Canadá, Schellenberg sempre negou os fatos e afirmou que estava na China para fazer turismo. Condenado incialmente a 15 anos de prisão, em novembro de 2018, o canadense apelou, em janeiro de 2019, mas a Justiça chinesa endureceu a sentença, condenando-o à pena de morte.

Reações internacionais

Paris criticou nesta quarta-feira a “condenação arbitrária” pelos tribunais chineses dos canadenses Robert Lloyd Schellenberg e Michael Spavor. “A França denuncia com firmeza o caráter arbitrário desses veredictos” e “reitera sua constante oposição à pena de morte”, afirmou, em um comunicado à imprensa, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores francês.

A diplomacia francesa ainda garantiu “plena solidariedade às autoridades canadenses”, que identificam nas condenações uma medida de retaliação, após a prisão, no Canadá, de Meng Wanzhou.

Os Estados Unidos também pediram a libertação imediata dos dois cidadãos canadenses presos na China.

(Com informações da AFP)

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