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Caxemira: Manifestantes protestam contra Índia no Paquistão

Centenas de pessoas se reuniram, nesta quinta-feira (15), em Lahora, capital de Pendjab, no Paqsuitão, em apoio aos habitantes de Jammu e Caxemira, a parte administrada pela India que perdeu sua autonomia após um decreto do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi.

Militantes protestaram contra o primeiro-ministro indiano Narendra Modi.
Militantes protestaram contra o primeiro-ministro indiano Narendra Modi. ARIF ALI / AFP
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Com informações de Sonia Ghezali, enviada especial a Lahore

Nas ruas, dezenas de mulheres carregaram nesta quinta-feira uma marionete do primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. Após algum momento, elas queimaram o boneco.

“Os habitantes da Caxemira estão em nosso coração. É uma parte de nosso corpo”, gritavam os manifestantes. Cerca de cem integrantes da organização Fórum da Juventude pela Caxemira desfilaram com a bandeira da região e uma bandeira da India marcada com uma cruz vermelha. “Modi é o cão”, diziam eles.

“Nosso governo deve fazer algo pela Caxemira, para que eles possam ser independentes. Estamos aqui por eles”, disse Mohammed Shehbaz, jovem operário que participou dos protestos.

Centenas de paquistaneses também manifestaram nesta quinta-feira em Paris, próximo à praça de Trocadéro, contra a decisão da India de retirar a autonomia da região. “Vocês não vão conseguir matar o sonho de uma Caxemira livre”, diziam os cartazes dos manifestantes. Vários jovens gritavam “India terrorista”.

Premiê indiano diz que foi “pioneiro” ao retirar autonomia da Caxemira

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, defendeu nesta quinta-feira (15) sua controversa decisão de revogar a autonomia constitucional de parte da Caxemira controlada pela Índia. Em discurso pronunciado na festa que celebra a independência do país, Modi afirmou ter sido “pioneiro” com a revogação.

Desde o dia 4 de agosto, Jammu e Caxemira foi completamente isolada, com cortes nas comunicações e restrições à circulação dos cidadãos impostas pelo governo indiano. O premiê declarou que "ideias novas" são necessárias depois de sete décadas de fracassos políticos nesta região do Himalaia, povoada por muçulmanos. O território também é reivindicado pelo Paquistão e foi o motivo de duas guerras entre os dois países.

Não acreditamos estar criando problemas ou perpetuando-os. Em cada casa do Parlamento, a medida teve aprovação de dois terços dos parlamentares”, explicou. O projeto de lei também dividiu Jammu e Caxemira em dois, separando a parte oriental, Ladakh, de maioria budista. A parte restante, de maioria hindu e muçulmana, perdeu o estatuto de Estado federativo e agora é apenas “território da União” – o que significa que ficará sob o controle direto de Nova Délhi e praticamente não terá mais autonomia administrativa.

“Jammu e Caxemira e Ladakh serão uma grande fonte de inspiração para a viagem da Índia rumo ao crescimento, o progresso e a paz”, acrescentou Modi. “As antigas definições [sobre a região] encorajavam a corrupção e o nepotismo, assim como as injustiças quanto aos direitos das mulheres, das crianças, dos dalits [a casta mais baixa dos hindus], das comunidades tribais”, alegou.

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