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Zimbábue/pleito

Zimbábue vai às urnas em pleito histórico um ano após derrubar regime autoritário de Mugabe

Os eleitores do Zimbábue vão às urnas nesta segunda-feira (30), para escolher presidente, parlamentares e prefeitos. É o primeiro pleito depois de 37 anos de autoritarismo sob Robert Mugabe, hoje com 94 anos, retirado do poder através de um rocambolesco golpe de estado militar no ano passado.

A eleição é histórica, já que a maioria do eleitorado nunca participou de um pleito sem a presença de Mugabe.
A eleição é histórica, já que a maioria do eleitorado nunca participou de um pleito sem a presença de Mugabe. REUTERS/Siphiwe Sibeko
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Mugabe foi substituído interinamente pelo ex-aliado Emmerson Mnangagwa, que é candidato ao próprio posto. Ministro da Segurança do Estado nos anos 1980, o nome de Mnangagwa está associado à terrível repressão que os militares realizaram em 1983 nas províncias dissidentes de Matabeleland (no oeste), provocando cerca de 20 mil mortos. O atual sempre negou participação nos massacres e tenta se distancia de seu passado.

Com a aura de quem derrubou Mugabe, Mnangagwa se comprometeu a restabelecer a democracia e ressuscitar a economia exangue do Zimbábue. Ele prometeu que as eleições serão livres, honestas e transparentes, ao contrário dos pleitos durante o regime de Mugabe, frequentemente acompanhados de violência e acusações de fraude.

Platina, ouro, diamante

País potencialmente rico, o Zimbábue possui importantes reservas de cromo, platina, ouro e diamantes. Ao mesmo tempo, o país precisa de investimentos estrangeiros e dos conhecimentos de grandes grupos mineiros internacionais para explorar essas reservas.

Mnangagwa, que é líder das pesquisas, sabe que acabar com a corrupção que gangrenou a economia e estabelecer o Estado de direito são condições imprescindíveis para ter a confiança dos investidores internacionais. É o preço a pagar para que, como o próprio chefe de Estado gosta de repetir, “nosso futuro seja que o nosso passado”.

Observadores bem-vindos

Para justamente romper com as práticas do passado, o governo de Mnangagwa autorizou observadores da ONU, da União Europeia e da Commonwealth a observar as eleições de acordo com os moldes internacionais. Mais de 600 observadores internacionais e 5.541 locais esquadrinham o país em busca de qualquer irregularidade.

Para Victor Magnani, pesquisador do Centro África Subsaariana do Instituto francês de relações internacionais, “a sensação no país é de que o Zimbábue está às vésperas de uma nova era”. Ele acrescenta que a esperança “é a de uma possível mudança no país”.

 

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