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Coreias

Imprensa da Coreia do Sul é cética quanto à desnuclearização do Norte

Enquanto a agência estatal norte-coreana KCNA exalta os anúncios realizados na cúpula intercoreana, na sexta-feira (27), os jornais da Coreia do Sul mantêm o ceticismo. "Há um longo caminho a ser percorrido", publica o diário sul-coreano Joongang neste sábado (28). 

Mulher lê os jornais sul-coreanos deste sábado (28) que analisam resultados da cúpula de sexta-feira (27) entre as duas Coreias.
Mulher lê os jornais sul-coreanos deste sábado (28) que analisam resultados da cúpula de sexta-feira (27) entre as duas Coreias. REUTERS/Lucy Nicholson
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"Um encontro histórico, que abriu o caminho para uma nova era": assim é classificado na manhã deste sábado pela KCNA o encontro entre o presidente norte-coreano, Kim Jong-Un, e o sul-coreano, Moon Jae-In. Em tom extremamente otimista, a agência estatal publica que "durante as discussões, os dois lados expressaram seus pontos de vista sobre preocupações mútuas, especialmente sobre a melhora das relações entre o Norte e o Sul, a manutenção da paz na península coreana e a desnuclearização".

Os jornais sul-coreanos são mais sóbrios, e apontam que a reunião da véspera foi positiva, mas deixou muito a desejar em relação à questão do abandono do programa nuclear e balístico do vizinho do Norte. Para o diário Chosun, "mesmo se um acordo para a desnuclearização for encontrado, será necessário muito tempo para demolir as instalações e eliminar as armas nucleares". Já o jornal Joongang lembra que Kim Jong-Un nunca disse publicamente qual é sua concepção sobre a questão ou quando a desnuclearização será realizada.

As duas Coreias assinaram na sexta-feira um acordo que determina que não haverá mais guerra na península, em um clima extremamente otimista que surpreendeu o mundo inteiro. "Coreia do Sul e Coreia do Norte confirmam o objetivo comum de obter, por meio de uma desnuclearização completa, uma península coreana não nuclear", afirma o texto. Os dois países também se propuseram a estabelecer uma paz "permanente" e "sólida" entreas duas nações, ainda tecnicamente em guerra.

Países elogiam resultados da cúpula

A cúpula intercoreana, considerada histórica, foi elogiada por vários países. A China, principal aliada da Coreia do Norte, saudou a "coragem" de Kim Jong-Un e Moon Jae-In. Já o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, falou da "passagem positiva para uma resolução em conjunto de várias questões relativas à Coreia do Norte". A Rússia celebrou os anúncios realizados pelas duas Coreias, classificando-os como "notícias muito positivas".

O presidente americano, Donald Trump, saudou o encontro, embora tenha declarado que "o tempo dirá" se os resultados foram realmente positivos. No Twitter, o líder republicano também atribuiu a si mesmo o mérito da cúpula. "Fim da guerra entre as Coreias! Os Estados Unidos e todo o seu grande povo devem estar muito orgulhosos do que está acontecendo hoje", publicou. 

A reunião de sexta-feira entre os líderes das duas Coreias antecede o encontro entre Trump e Kim Jong-Un, previsto para ser realizado em um país asiático até o mês de junho. Na sexta-feira, o presidente americano também disse a jornalistas que sua mudança de comportamento em relação à Coreia do Norte não é resultado de uma manipulação do líder norte-coreano. Os dois passaram o ano de 2017 trocando ameaças

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