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Síria

França se mobiliza para evitar piora da guerra na Síria após ofensiva da Turquia

A França pediu neste domingo (21) uma reunião de emergência do Conselho de Segurança da ONU para "avaliar os riscos humanitários" na Síria. A situação corre o risco de se agravar no país já devastado pela guerra com uma nova ofensiva lançada pela Turquia, no sábado (20), contra uma milícia curda que combate jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e controla uma área ao norte do território.

Tanques turcos trafegam pela província de Kilis, na fronteira com a Síria.
Tanques turcos trafegam pela província de Kilis, na fronteira com a Síria. REUTERS/Stringer
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Ao menos 10 pessoas já morreram, a maioria civis, na ofensiva aérea e terrestre lançada pela Turquia contra a milícia curda YPG, que controla a região de Afrine (norte). Ancara considera a YPG uma organização terrorista ligada ao PKK, o movimento separatista curdo envolvido em uma luta sangrenta em solo turco desde 1984.

O fator agravante nos bombardeios a esta milícia é que ela é considerada a espinha dorsal das Forças Democráticas Sírias (FDS), uma aliança de combatentes curdos e árabes, apoiada pelos Estados Unidos, países árabes e ocidentais, engajada na luta contra os jihadistas do EI.

A ministra das Forças Armadas francesas, Florence Parly, pediu hoje à Turquia que cesse suas operações contra os curdos sírios, alegando que isso poderá prejudicar a luta contra o EI. "Temos que voltar ao básico, que é a luta contra o terrorismo. As outras lutas, como as que acontecem atualmente em Idlib e em outro lugar [na região de Afrine, contra as forças curdas sírias], devem ser interrompidas", defendeu a ministra.

"Essa luta poderia desviar a atenção das forças de combate curdas que estão comprometidas com a coalizão à qual a França pertence", insistiu Parly. Os Estados Unidos manifestaram a mesma preocupação.

Em visita à Argélia, o ministro francês das Relações Exteriores, Jean-Yves Le Drian, disse que o governo francês "está muito preocupado com a brutal degradação da situação na Síria". Ele defendeu que o Conselho de Segurança avalie "todos os riscos humanitários na região, que são muito graves".

A Rússia, que apoia o regime do ditador Bashar Al-Assad, retirou seus militares da área onde acontece a ofensiva turca, em sinal de consentimento, mas pediu "moderação" às autoridades de Ancara. Já os Estados Unidos, que se apoiaram nas forças curdas para lutar contra o grupo Estado Islâmico, veem um novo risco de desestabilização.

A guerra na Síria já deixou mais de 340 mil mortos desde 2011. O combate aos jihadistas do grupo Estado Islâmico é apenas um dos aspectos do conflito.

Forças sírias retomam aeroporto na província de Idlib

Neste domingo, o Exército sírio retomou o controle do aeroporto militar de Abu Duhur na província de Idlib (norte). "A zona está sendo revistada para detectar a presença de minas, artefatos explosivos e bombas deixadas pelos terroristas", acrescentou o comunicado das Forças Armadas sírias.

O Ministério russo da Defesa confirmou a conquista de Abu Duhur por parte das tropas do governo. Durante a ofensiva, os militares recuperaram o domínio de dezenas de localidades.

Este aeroporto militar estava nas mãos da Hayat Tahrir al-Sham, a força rebelde dirigida pelo ex-braço sírio da Al-Qaeda desde 2015.

A província de Idlib, única totalmente fora do controle do governo sírio, ainda está em poder da Hayat Tahrir al-Sham.

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