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Rússia nega qualquer interferência nas eleições presidenciais francesas

A Rússia desmentiu nesta terça-feira (14) qualquer interferência nas eleições presidenciais da França e denunciou a "intenção de difamar" seus meios de comunicação, um dia após o movimento do candidato social-liberal Emmanuel Macron sugerir que teme uma possível intromissão russa.

Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin
Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin REUTERS
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"Não temos e nunca tivemos a intenção de importunar os assuntos internos de um país, muito menos tratando-se de seu processo eleitoral", declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov. "Moscou nunca fez isso oficialmente e jamais o fará no futuro."

Segundo ele, "afirmar que a nossa mídia tenta influenciar a opinião pública é algo completamente absurdo". Ele crticou "as tentativas de difamação da RT e Sputnik", dois meios de comunicação pertencentes ao Estado russo e que a equipe de Macron acusa de ir contra a sua candidatura.

A RT e Sputnik, que tem como alvo o público internacional, denunciaram as acusações feita pelo partido Em Marcha, de Macron, repudiando-as de forma categórica, especialmente por falta de provas.

Ataques cibernéticos

Benjamin Griveaux, porta-voz de Macron, reiterou nesta terça as acusações feitas na véspera pelo secretário geral do Em Marcha, Richard Ferrand.

Ele declarou em um programa de televisão que teriam ocorrido ataques cibernéticos contra seu partido, "para ter acesso a dados de seus 185 mil assinantes, à rede de mensagens eletrônicas da equipe trocadas via e-mail, além de informações confidenciais sobre a estratégia da campanha".

A Rússia têm criado nos últimos anos meios públicos destinados ao público no exterior com o objetivo de fazer conhecer seu ponto de vista sobre os assuntos internacionais, mas a RT e Sputnik têm sido acusadas, em particular pelo Parlamento Europeu, de servir como suporte para a "propaganda" do Kremlin.

Interfência nas eleições americanas

Em dezembro passado, a Casa Branca responsabilizou diretamente o presidente russo, Vladimir Putin, pelos ciberataques que interferiram nas eleições presidenciais americanas, elevando a tensão entre as duas maiores potências atômicas do mundo.

"Não acho que essas coisas ocorram no governo russo sem que Vladimir Putin saiba", afirmou Ben Rhodes, principal conselheiro do presidente Barack Obama, ao canal de TV MSNBC.

"Tudo o que sabemos sobre como a Rússia funciona e até que ponto Putin controla o governo sugere que, quando falamos de um ciberataque com essas características, estamos falando das mais altas esferas do governo", afirmou. "Em última instância, Vladimir Putin é responsável pelas ações do governo russo."

A CIA concluiu em um relatório secreto, revelado pelo jornal The Washington Post, que a Rússia interveio com ciberataques na campanha eleitoral americana, com o objetivo de ajudar o republicano Donald Trump a vencer. O presidente eleito rejeitou categoricamente as denúncias.

A acusação já havia sido rechaçada por Moscou. "São absurdos que não se baseiam em nenhum fundamento", declarou Dimitri Peskov, porta-voz do Kremlin, na época.

 

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