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Rússia

"Kompromat": prática russa de espionagem constrange diplomacia há décadas

As alegações das agências de inteligência americanas de que a Rússia teria imagens comprometedoras de Donald Trump, incluindo um vídeo em que ele aparece com prostitutas em Moscou, trazem de volta à cena uma velha prática de espionagem: a "kompromat", contração em russo das palavras "material e comprometedor".

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Nesta quarta-feira (11), o presidente eleito dos Estados Unidos desmentiu categoricamente o que chamou de notícias falsas, mas a tática é comum e marcou a Guerra Fria. Nos serviços de inteligência, a utilização do "krompromat" é uma maneira fácil de fazer pressão e chantagear o inimigo. Os filmes de espionagem da década de 50 popularizaram a prática.

Os europeus lembram até hoje do caso do adido naval da embaixada britânica em Moscou, John Vassall, que era homossexual e foi fotografado com um parceiro pela KGB. Para não ter sua intimidade revelada, ele se tornou um dos mais célebres espiões da KGB no Reino Unido. Quando foi descoberto, o inglês passou dez anos na prisão.

Em 1964, outro escândalo atingiu a França. O embaixador francês em Moscou, Maurice Dejean, casado na época, foi filmado tendo relações sexuais com uma jovem atriz russa. Ele foi demitido pelo general Charles de Gaulle. Curioso é que as principais vítimas dessa tática de espionagem, desde o fim da Guerra Fria, são os próprios russos. A guerra do "kompromat" é moeda corrente entre os oligarcas russos, que brigam pelo controle de grandes empresas e utilizam seus impérios de comunicação para divulgar as piores acusações de uns contra os outros.

TV russa exibe vídeo

Em 1999, o procurador-geral Yuri Skouratov caiu na armadilha. A TV russa exibiu um vídeo, que nunca foi autenticado, em que ele aparecia com prostitutas pagas por um adversário. Um dos casos mais recentes de "kompromat" é de 2010, quando uma mulher de codinome "Kátia" filmou e postou na internet vídeos de relações sexuais que manteve com opositores do Kremlin.

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