Presidente das Filipinas vai à China acalmar conflito territorial
Nesta terça-feira (18), o presidente das Filipinas, Rodrigo Duterte, desembarca em Xiamen, no sul da China. Será a primeira visita desde a sua chegada ao poder. A reivindicação dos dois países sobre o mar da China meridional estará no centro das discussões.
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Heike Schmidt e Marianne Dardard, correspondentes da RFI em Pequim e Manilha
A imprensa chinesa considera histórica a visita de Rodrigo Duterte ao país. Acompanhado por uma delegação numerosa e repleta de empresários, ele quer se reaproximar do poderoso gigante asiático.
Cargas inteiras de bananas vindas da Filipinas queimadas na alfândega chinesa é coisa do passado. Na política de boa vizinhança, a China suspendeu o embargo contra as bananas e os abacaxis. E para agradar o "novo amigo" Rodrigo Duterte, que se gaba de ter sangue chinês nas veias, Pequim também propôs construir estradas e linhas de trem para desenvolver as infraestruturas precárias das Filipinas. Dutarte, por seu lado, viaja acompanhado por centenas de empresários para encontrar investimentos.
Tensão sobre as águas do mar da China meridional
Antes de ser eleito, Duterte sugeriu uma possível exploração conjunta do mar da China meridional, em contrapartida da construção das vias férreas pelos chineses. A soberania marítima destas águas são o principal pomo de discórdia entre Manilha e Pequim.
Os pescadores filipinos reivindicam concessões para navegar perto das zonas de conflito. Eles dependem da indústria da pesca nos arquipélagos de Spratleys e Paracel, a zona disputada em torno de Scarborough Shoal.
O tema é delicado mas as partes parecem mostrar disposição para dialogar: "Desde que assumiu o governo em 30 de junho passado, o presidente Duterte avisou que daria as costas para os Estados Unidos e se reaproximaria da China", lembra Ye Qiang, diretor do Instituto Nacional de Estudos sobre o mar da China meridional. "Julgamos essa atitude louvável para acharmos uma saída positiva para o conflito, aliás, ele escolheu a China para a sua primeira viagem ao estrangeiro, esta visita vai ajudar a 'quebrar o gelo' e normalizar nossas relações", observa Qiang, dando a entender que o governo chinês vai autorizar a pesca aos filipinos. "Seria uma primeira etapa para melhorar a relação bilateral, mas ainda estamos longe de uma aliança sino-filipina", conclui o diretor.
Apoio à política antidroga de Duterte
Enquanto a comunidade internacional critica os excessos da violenta campanha antidroga dirigida pelo novo presidente, que já fez milhares de mortos, os chineses elogiam sua determinação. A prova é a oferta de uma empresa chinesa de abrir um centro de desintoxicação nas Filipinas.
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