Peregrinos a Meca vão receber pulseiras de identificação
A Arábia Saudita começou a entregar aos peregrinos a Meca uma pulseira de identificação, depois da morte de 2.300 pessoas no hajj (peregrinação) de 2015. Riad afirma que melhorou a organização e reforçou a segurança da grande peregrinação anual muçulmana, que começa no sábado (10) e deve receber dois milhões de pessoas.
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As pulseiras plastificadas incluem um código de barras que pode ser lido por smartphone, que fornece a identidade, nacionalidade, local de alojamento do peregrino, contato dos coordenadores do grupo ao qual pertence, além de outras informações sobre o visto, explicou Assa Rawas, vice-secretário do ministério do Hajj.
"O objetivo é equipar todos os peregrinos procedentes do exterior, quase 1,4 milhão de fiéis", completou o ministro, sem revelar quantas pulseiras já foram distribuídas.
Tecnologia invade peregrinação
O percurso realizado há 1.400 anos a pé pelo profeta Maomé e que atraiu peregrinos vindos de camelos durante séculos agora é transmitido ao vivo pelo espaço cibernético. Assim que chegou na Arábia Saudita, Abdelhadi Zuraan, 27, baixou logo o aplicativo oficial do governo saudita para o hajji.
Muitos peregrinos fazem o percurso de braços estendidos, filmando o que se passa em tempo real. Outros estão com os olhos grudados na tela do celular, recitando preces baixadas da internet.
“Tecnologia agora é parte do hajj”, disse Kamel Badawi, engenheiro de Meca que inventou um chamado “guarda-chuva inteligente”. Entre as características, o apetrecho usa energia solar para refrescar o utilizador.
A internet também fornece informações sobre roupas e dietas especiais para os fiéis, além de sites com ofertas de bilhetes de avião e acomodação.
Até recentemente, câmeras eram proibidas na Grande Mesquita, ponto de encontro da peregrinação. O hajj é um dos cinco pilares do islamismo, que muçulmanos em condições de saúde devem fazer pelo menos uma vez, marcando o ponto alto espiritual de suas vidas.
Iranianos não participam este ano
As autoridades sauditas reforçaram as medidas de segurança e a mobilização policial para impedir a repetição da tragédia de 2015, que deixou 2.300 mortos, sendo mais de 450 iranianos. Este ano não está prevista a presença de nenhum peregrino desse país.
Durante a hora de cada uma das cinco orações diárias, militares com boina vermelha e uniforme de camuflagem colocam barreiras de plástico verde para orientar a multidão. Se um peregrino tentar mudar de percurso é automaticamente bloqueado.
Nesta sexta-feira (9), por ocasião da grande oração semanal, um helicóptero sobrevoava o local, enquanto que os principais eixos da cidade estavam fechados à circulação para dar espaço aos peregrinos que convergem para a Kaaba, a construção cúbica em torno da qual muçulmanos do mundo inteiro rodam enquanto rezam.
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