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Conselho Islâmico

Religiosos do Paquistão querem autorizar homens a bater nas esposas

Uma proposta de líderes religiosos paquistaneses para que os homens sejam autorizados a bater em suas esposas despertou indignação entre internautas nesta sexta-feira (27).

Noivas participam de um casamento coletivo em Karachi, no último dia 9.
Noivas participam de um casamento coletivo em Karachi, no último dia 9. REUTERS/Akhtar Soomro
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O Conselho da Ideologia Islâmica (CII) apresentou nesta semana seu projeto de lei, que permitiria, por exemplo, que um homem possa agredir sua esposa caso ela se recuse a manter relações sexuais sem justificativa religiosa. A proposta é uma reação à legislação progressista aprovada recentemente pela província de Pendjab, que concede mais direitos e proteções às mulheres.

"Um homem deve ser autorizado a bater em sua mulher se ela recusar suas ordens, recusar se vestir como quiser, declinar aos pedidos de relação sexual sem justificativa religiosa, e não se banhar depois de manter relações sexuais ou quando estiver menstruada", diz o projeto de lei citado pela imprensa local.

O principal jornal em língua inglesa do país, Dawn, publicou um artigo satírico, fazendo um jogo de palavras com o verbo "sacudir", que pode ser interpretado também como "bater". O jornal publicou uma lista de coisas que podem ser "sacudidas", como uma embalagem de ketchup.

“Projeto ridículo”

O artigo é um raro exemplo de imprensa que ousa ridicularizar autoridades religiosas no Paquistão, gigante muçulmano de 200 milhões de habitantes onde qualquer ataque ao profeta Maomé é passível de pena de morte, segundo uma controvertida lei sobre a blasfêmia.

O projeto do CII, cujo papel é aconselhar os parlamentares, também foi criticado pela Comissão de Direitos Humanos, que o classificou de "ridículo" e pediu que essa comissão de islamitas seja dissolvida.

“É difícil compreender como uma pessoa em sã consciência poderia acreditar que é preciso mais incentivo e justificativas para violências contras a mulheres no Paquistão”, disse a comissão.

 

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