Diálogos sobre Síria cancelados em Genebra antes de começar

O enviado especial da ONU para a Síria, Staffan de Mistura, anunciou nesta quarta-feira (3) uma suspensão dos diálogos de paz em Genebra até 25 de fevereiro. Ele assegura que as negociações não fracassaram, mas lembrou que a ajuda imediata de países mediadores é necessária para desbloquear a situação.

Soldados do regime sírio, 27 de janeiro de 2016, na cidade de Rabia. REUTERS/Omar Sanadiki

"Ainda temos trabalho pela frente", declarou De Mistura à imprensa, após um encontro de várias horas com os representantes da oposição síria em um hotel desta cidade suíça. As negociações de paz nunca conseguiram decolar desde a chegada da delegação de Damasco e da oposição, na semana passada.

O principal grupo de oposição síria não voltará à mesa de discussões enquanto as exigências humanitárias não forem cumpridas, informou o representante Riad Hijab. Em uma outra coletiva de imprensa, o negociador do governo sírio, Bashar al-Jaafari, culpou as “pré-condições” da oposição pelo fracasso das conversas.

Aleppo, cidade sitiada e dividida em dois desde 2012

As tropas do Exército cortaram nesta quarta-feira as linhas de fornecimento dos insurgentes entre a cidade de Aleppo, no norte da Síria, e a fronteira turca - informou uma fonte militar à AFP.

Trata-se do avanço mais significativo das tropas do regime na província de Aleppo desde 2012. A cidade de Aleppo, que antes da guerra era a capital econômica da Síria, está dividida em dois. Os bairros do oeste estão controlados pelo regime e os do leste pelos rebeldes.

A província de Aleppo está, em grande parte, nas mãos do Frente al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, e de seus aliados islamitas, ou do grupo Estado Islâmico (EI).

Aviões russos ajudaram exército sírio, alerta ONG

O exército também rompeu o cerco às localidades de Nebbol e Zahra, quando avançavam até a cidade de Aleppo, afirmou a fonte militar presente no terreno. Segundo a mesma fonte, depois bloquearam a rota de abastecimento dos rebeldes entre Aleppo e Turquia, a principal via por onde recebiam ajuda e reforço.

Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) denuncia que o avanço do exercito em direção a Aleppo teve importante apoio da Força Aérea russa. "Bombardeios intensos da Força Aérea russa" contra os insurgentes possibilitaram o fim dos cercos de Nebbol e Zahra, afirmou a ONG.

(com informações da AFP)