Irã contesta novas sanções americanas, agora por seu programa de mísseis

As novas sanções dos Estados Unidos contra o programa balístico do Irã são "ilegítimas", denunciou nesta segunda-feira (18) o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Hossein Jaber Ansari. No domingo, um dia depois da suspensão das sanções que puniram seu programa nuclear durante quase uma década, Teerã se viu confrontada com uma nova pena, agora por causa de seu programa de mísseis balísticos.

O presidente iraniano Hassan Rohani. AFP PHOTO / ATTA KENARE

As novas sanções anunciadas pelos Estados Unidos "são ilegítimas porque o programa balístico do Irã não contempla a capacidade de transportar armas nucleares", declarou Ansari, citado pela agência iraniana ISNA.

O presidente Barack Obama havia alertado os iranianos de que o fim das sanções em relação ao programa nuclear não impediria outras decisões sobre o Irã. "Em relação ao programa balístico, vamos continuar a reforçar as sanções progressivamente. Os recentes testes realizados pelo país foram um flagrante desrespeito às suas obrigações internacionais”, disse Obama.

Cinco cidadãos iranianos e uma rede de empresas com sedes nos Emirados Árabes Unidos e China foram adicionadas à lista negra financeira dos Estados Unidos, anunciou a secretaria americana do Tesouro. A República Islâmica "responderá a estes atos de propaganda acelerando seu programa balístico legal e aumentando suas capacidades de defesa", disse Jaber Ansari.

Jornalistas libertados

O chefe da Agência Internacional de Energia Atômica está em Teerã para encontrar o presidente do país, Hassan Rohani. É a primeira visita de Yukiya Amano ao Irã desde a entrada em vigor do acordo nuclear, anunciado no sábado. A Agência Iraniana de energia atômica quer encurtar o prazo de oito anos do acordo, período em que o país se comprometeu a limitar seu programa e permitir mais fiscalização sobre suas intenções nucleares.

Dois dias depois do anúncio do fim da sanções, Teerã liberou iranianos de origem americana no âmbito de uma troca de prisioneiros prevista no acordo. Entre eles, o jornalista do Washington Post, Jason Rezaian, que chegou a Geneba na noite deste domingo, a caminho de uma base militar dos Estados Unidos na Alemanha.

Diante da ameaça de uma superoferta, o preço do barril de petróleo tipo Brent foi cotado hoje a menos de 28 dólares, com a volta ao mercado do Irã, grande produtor e exportador do chamado ouro negro.