Acordo inédito determina retirada do grupo Estado Islâmico do sul de Damasco
Dois mil combatentes do Estado Islâmico (EI) e da Frente al-Nosra, além de outros civis, abandonarão três bairros do sul da cidade de Damasco, capital da Síria, após um acordo inédito com as forças do governo do presidente Bashar al-Assad. A informação é de fontes próximas às negociações.
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Se confirmado, este será o primeiro acordo deste tipo com os jihadistas do Estado Islâmico. Até então, o regime de Damasco só havia concluído tréguas pontuais com outros grupos rebeldes. A partida dos jihadistas é fruto de dois meses de negociações entre o regime e os habitantes de três bairros seriamente danificados pelos combates, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
O acordo inclui o campo de refugiados palestinos de Yarmuk e os bairros vizinhos de Qadam e Hajar al-Aswad. Este último distrito era uma das bases do EI perto da capital. "Foi alcançado um acordo para a partida de 4.000 civis e de homens armados que pertencem a diferentes grupos, entre eles o EI e a Frente al-Nosra (braço sírio da Al-Qaeda), que rejeitam qualquer reconciliação", disse à agência AFP uma fonte governamental próxima às negociações.
A princípio, o acordo começará a ser aplicado no sábado, indicou a fonte. As 4.000 pessoas serão transferidas a Raqa, "capital" de fato do EI, no norte da Síria, ou a Marea, uma localidade da província de Aleppo, fronteiriça com a Turquia, em poder de grupos rebeldes islamitas e da Frente al-Nosra.
ONU não está envolvida
Quatro tentativas anteriores haviam fracassado, Segundo a mesma fonte. Outra fonte da segurança síria no local confirmou o acordo, informando que envolvia 3.567 pessoas, entre elas 2.000 combatentes. "Pertencem em sua maioria ao EI, mas também são da Frente al-Nosra", acrescentou, afirmando que 18 ônibus chegaram a Qadam para iniciar a transferência.
"Trata-se da evacuação mais importante" desde o início de tréguas pontuais na Síria, destacou uma terceira fonte das forças de segurança sírias. Em diálogo com a AFP, um responsável da ONU disse que a organização não estava envolvida no acordo. Estes acordos de reconciliação local estipulam, em geral, o abandono das armas em troca de ajuda aos habitantes que vivem em condições muito precárias.
No início de abril, o EI e a Al-Nosra chegaram a controlar 60% do campo de Yarmuk. Atualmente se encontram na parte sul do campo, perto de Hajar al-Aswad. Yarmuk é um bairro nos subúrbios de Damasco no qual, antes do início do conflito, em 2011, viviam 160.000 pessoas. Atualmente restavam apenas 7.000 civis palestinos e sírios.
(Informações da AFP)
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