EUA e Reino Unido reforçam tese de atentado no avião russo
A tese de atentado para a queda de um avião russo no deserto do Egito ganha força nesta quinta-feira (5). Tanto Estados Unidos como Reino Unido acreditam que uma bomba explodiu em pleno voo do Airbus A 321, matando 224 pessoas no último sábado. Na noite de ontem (4), o grupo Estado Islâmico voltou a reivindicar a responsabilidade pela queda do avião.
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Nos Estados Unidos, uma fonte governamental, que pediu anonimato, diz que é "altamente provável" a hipótese de uma bomba a bordo do avião da Metrojet. As redes de televisão CNN e NBC disseram que fontes dos serviços de inteligência norte-americanos também acreditam na tese de atentado.
Já o ministro das Relações Exteriorres britânico, Philip Hammond, disse ontem à noite que é "bem provável" que a tragédia tenha sido provocada por um explosivo dentro da aeronave. O governo do Reino Unido diz ter novas informações que reforçam a tese e nesta manhã anunciou medidas de urgência para repatriar cidadãos britânicos de Charm el-Sheik, de onde partiu o Airbus A 321 da Metrojet no sábado passado.
Reino Unido cancela voos
As autoridades britânicas já haviam cancelado todos os voos e conexões aéreas com o famoso balneário egípcio. Nesta manhã, a Irlanda também anunciou que suas companhias aéreas que têm como destino ou que partem de Charm el-Sheik não farão o trajeto temporariamente. Uma equipe de especialistas está no aeroporto do local para avaliar as condições de segurança.
A decisão dos britânicos foi anunciada no momento em que o presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sissi, iniciou uma visita a Londres. Ele se encontra hoje com o primeiro-ministro David Cameron e o acidente aéreo fará parte da discussões. Os dois líderes devem conversar também sobre a luta contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico. Cairo, no entanto, se recusa a falar da possibilidade de um ataque terrorista no avião.
EI volta a reivindicar atentado
Ontem, o grupo Estado Islâmico voltou a declarar que é o responsável pela queda do aparelho, mas sem esclarecer como realizou o ataque. Em mensagem de áudio divulgada no Twitter, um jihadista disse que os radicais "não tem nenhuma obrigação de explicar como o avião caiu".
Além da tragédia aérea que matou 224 pessoas, os radicais também reivindicaram um atentado suicida cometido ontem com carro-bomba em Al-Arich, no Sinai, no qual três policiais morreram. Segundo os terroristas, o ataque foi realizado por um suicida em represália à "prisão de mulheres beduínas pelas forças apóstatas" na região.
Caixas-pretas
Cinco dias depois da tragédia, as causas da queda do Airbus ainda não foram esclarecidas. No Cairo, os investigadores conseguiram extrair as informações de uma das caixas-pretas. Com a análise dos dados, eles dizem que poderão se concentrar nas duas principais hipóteses: atentado terrorista ou falha técnica. A Metrojet rejeita, no entanto, a hipótese de uma falha técnica ou erro de pilotagem.
A Rússia enterrou hoje de manhã, em Novgorov, no noroeste do país, a primeira vítima da catástrofe. A maioria dos passageiros era originária de São Petersburgo. No local da tragédia, buscas continuam para encontrar restos mortais das vítimas.
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