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Síria/ ataques

Coalizão ocidental suspeita que ataques da Rússia visaram oposição síria

É grande a desconfiança dos europeus e americanos sobre os alvos dos primeiros bombardeios da Rússia na Síria. Moscou diz ter realizado 20 voos e atacado oito posições do grupo ultrarradical Estado Islâmico na região de Homs, a pedido do presidente sírio, Bashar al-Assad. Mas o secretário de Defesa americano, Ashton Carter, disse que os bombardeios russos aparentemente não atingiram áreas dominadas pelos extremistas.

Sergei Lavrov (e) e John Kerry se reuniram em Nova York nesta quarta-feira.
Sergei Lavrov (e) e John Kerry se reuniram em Nova York nesta quarta-feira. DOMINICK REUTER/AFP
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Especialistas e dirigentes ocidentais suspeitam que os bombardeios russos visam outros opositores do regime de Damasco, já que Moscou é uma das principais aliadas do regime sírio. A desconfiança é endossada pelo chanceler francês, Laurent Fabius, e pelo governo da Alemanha, que exige que a Rússia esclareça "os alvos e métodos" utilizados nos ataques.

O chefe da oposição síria no exílio, Khaled Khoja, afirma que os bombardeios russos mataram 36 civis na região de Homs, no centro da síria. Na verdade, os jihadistas do grupo Estado Islâmico estão implantados mais ao norte, e Homs é um reduto da oposição nacional contra o regime.

Reuniões entre Washington e Moscou

Diante do fato consumado, o secretário de Estado americano, John Kerry, reuniu-se com o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, no Conselho de Segurança da ONU, em Nova York, para acertar a coordenação das intervenções aéreas na Síria. O objetivo é evitar incidentes militares entre os aviões russos e os da coalizão internacional liderada pelos Estados Unidos.

Kerry e Lavrov anunciaram a realização, em breve, de uma reunião “entre militares” dos dois países”. O encontro pode acontecer já nesta sexta-feira (2), de acordo com o secretário de Estado americano.

Lavrov rechaça acusações

Nesta manhã, Lavrov garantiu que as dúvidas dos ocidentais são “infundadas”. Em um comunicado, o chanceler disse não ter “nenhuma informação” sobre a eventual morte de civis nas operações russas. Lavrov declarou ter explicado a Kerry que a Rússia está agindo a pedido da presidência síria, para combater “exclusivamente o Estado Islâmico e outros grupos terroristas”.

A Arábia Saudita, aliada dos americanos nos ataques ocidentais aos terroristas, afirmou estar preocupada com o início dos bombardeios russos, que o país pediu que “cessem imediatamente”. Em uma declaração feita em Nova York, o diplomata saudita Abdallah Al-Mouallimi observou que “o grupo Estado Islâmico não está presente em Homs e Hama”, alvos das operações dirigidas por Moscou.

Com informações AFP
 

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