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Turquia/Curdos

Para presidente turco, negociação de paz com os curdos "é impossível"

"É impossível continuar o processo de paz com aqueles que ameaçam a nossa unidade nacional", declarou nesta terça-feira (28) o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, durante coletiva de imprensa. Desde o atentado suicida de Suruç, no sul da Turquia, no dia 20 de julho, reivindicado pelo grupo Estado Islâmico, Ancara decidiu fechar o cerco aos jihadistas e também aos integrantes do Partido Trabalhista do Curdistão (PKK), grupo considerado pelo governo turco como terrorista.

O presidente turco Recep Tayyip Erdogan decidiu fechar o cerco contra os jihadistas e também atacar os integrantes do grupo curdo PKK desde a semana passada.
O presidente turco Recep Tayyip Erdogan decidiu fechar o cerco contra os jihadistas e também atacar os integrantes do grupo curdo PKK desde a semana passada. REUTERS/Harun Ukar
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Nesta manhã, Erdogan preconizou que responsáveis políticos simpatizantes a "grupos terroristas" sejam privados de imunidade e julgados. O presidente prometeu que o governo não se renderá "às ameaças" do PKK e continuará lutando contra os jihadistas e os rebeldes. "De nenhuma maneira vamos retroceder. É um longo processo e este processo seguirá com a mesma determinação", disse.

A Turquia aproveita a ofensiva contra o grupo Estado Islâmico na Síria para atacar o PKK, o que aumenta a tensão no sudeste do país, de maioria curda. Em resposta, nos últimos dias, os curdos multiplicaram suas ações contra as forças de segurança turcas, matando vários soldados. Na última noite, uma forte explosão foi registrada em um gasoduto na fronteira entre o Irã e a Turquia. As autoridades turcas acusam o PKK pela ação.

O presidente turco também confirmou a criação de uma "zona de segurança" no norte da Síria, projeto acertado ontem entre Washington e Ancara. Os dois governos entraram em acordo para ampliar os esforços conjuntos contra o grupo Estado Islâmico (EI) do norte da Síria, que incluiria uma "uma zona livre" para garantir maior segurança e estabilidade na fronteira entre os dois países. "Não queremos ver o grupo Estado Islâmico na fronteira turca", frisou ontem o primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu.

Otan é solidária à Turquia

O secretário-geral da Otan, Jens Stoltenberg, exprimiu nesta manhã a solidariedade da aliança à Turquia e pediu aos 27 países membros da aliança para apoiarem as operações antiterroristas na Síria e no Iraque. Embaixadores da Otan estão reunidos em Bruxelas para analisar a decisão de Ancara de atacar o grupo Estado Islâmico na Síria e os curdos do PKK no Iraque.

Stoltenberg disse acreditar que a reunião "é oportuna para responder à instabilidade nas portas da Turquia e nas fronteiras da Otan", disse. Ele afirmou ainda que "o terrorismo em todas as suas formas não pode em nenhum caso ser tolerado ou justificado". Stoltenberg se reuniu na última sexta-feira com Davutoglu, disse que a Otan acompanha "de perto" as violências no território turco.

A decisão da Turquia de ampliar os ataques contra os jihadistas também foi saudada na segunda-feira (27) pelo presidente francês, François Hollande. Ele conversou ontem com Erdogan por telefone.

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