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Israel/Palestina

Israel segue ofensiva, apesar de apelos da comunidade internacional

O médico palestino Midhat Abbas contou ao repórter Hassan Husseini, da RFI, que o hospital Al Akssa, onde ele trabalha, foi alvo de tanques de guerra israelenses. O primeiro projétil destruiu três ambulâncias que estavam no estacionamento e feriu três socorristas. Um segundo tiro destruiu o terceiro andar, que abriga a ala de cirurgia. Uma escola da ONU no campo de refugiados de Al-Maghazi também foi alvo de tanques, informou a agência das Nações Unidas para Ajuda aos Refugiados Palestinos.

Palestina caminha com o filho entre as ruínas de Gaza nesta terça-feira
Palestina caminha com o filho entre as ruínas de Gaza nesta terça-feira REUTERS/Mohammed Salem
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Esse tipo de ataque é "criminoso" nas palavras de Abbas, já que visa instituições destinadas ao atendimento de civis. Este é o quinto hospital bombardeado desde o início da operação israelense Limite Protetor, que já causou a morte de pelo menos 620 palestinos, a imensa maioria, civis, e 27 soldados de Israel.

Apoio interno

Apesar dos esforços diplomáticos da comunidade internacional, Israel permanece irredutível. Hoje, a ministra da Justiça Tzipi Livni afirmou que não haverá cessar-fogo enquanto não forem destruídos os túneis que o Hamas usa para transportar armamentos e combatentes através da fronteira israelense.

De acordo com o ministro da Defesa, este objetivo deve ser alcançado em "dois ou três dias". A operação começa a impactar o turismo: hoje, companhias aéreas de todo o mundo anunciaram a decisão de suspender voos para a região. Mesmo assim, uma pesquisa publicada hoje por um jornal governista apontou que 77% da população é contrária a um cessar fogo. A maioria arrebatadora (94%) dos israelense apoia a incursão em Gaza.

Voos suspensos

O ministro israelense dos Transportes afirmou agora há pouco por meio de sua porta-voz que não há nenhuma razão para que as companhias aéreas cancelem os voos com destino a Israel. "Israel Katz convocou as empresas americanas nesta noite para explicá-las que a decolagem e a aterrissagem no aeroporto Ben Gurion não apresenta nenhum problema de segurança, nem para as aeronaves, nem para os passageiros", informou a porta-voz.

Além das americanas, diversas companhias europeias seguiram orientação da Agência Europeia de Segurança Aérea e também anularam seus voos depois que um foguete caiu a poucos quilômetos do aeroporto internacional de Ben Gurion, em Tel-Aviv.

Em visita a Tel-Aviv, o secretário geral da ONU, Ban Ki-moon pediu a israelenses e palestinos que "parem de combater e passem a discutir". Amanhã, ele se econtra novamente com John Kerry, em Jerusalém, para tentar negociar uma trégua. Desde ontem, o secretário de Estado norte-americano está na região com objetivo de pôr fim às hostilidades.

Comunidade internacional "traiu seu discurso"

A União Europeia reconheceu o direito de Israel à legítima defesa, mas afirmou que a reação deve ser proporcional e respeitar o direito internacional. Uma resposta insuficiente para o representante palestino na ONU, Ryad Mansur. Diante do Conselho de Segurança, ele afirmou que "a comunidade internacional falhou em sua obrigação de proteger os civis em tempos de guerra, não soube aplicar o direito e traiu seu próprio discurso".

Em um discurso emocionado, Mansur exibiu fotos de palestinos feridos em Gaza e leu os nomes de cinquenta crianças mortas pelos bombardeios israelense. "Vejam as caras das nossas vítimas, crianças em sua maioria", afirmou o diplomata, que tinha uma faixa preta de luto na lapela, "Não somos estatísticas, somos seres humanos", declarou, com a voz embargada.

 

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