"Falso intérprete" de homenagem a Mandela alega esquizofrenia
O intérprete da linguagem dos sinais responsável pela tradução da cerimônia oficial em homenagem a Nelson Mandela realizada nesta terça-feira alegou sofrer de esquizofrenia.
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Segundo representantes de associações de surdos-mudos da Africa do Sul, o homem apenas fingiu traduzir diversos discursos, entre eles o do presidente americano, Barack Obama, o da presidente Dilma Rousseff e os dos netos de Mandela. Seus gestos tidos como "incompreensíveis" em um momento histórico com grande cobertura midiática provocaram risos e sobretudo a indignação de diversas autoridades no país.
A comunidade de surdos sul-africanos se disse ultrajada pela a contratação de um "impostor" para o evento acompanhado por 60 mil pessoas no local e assistido por milhões, via diversos canais de TV. Nesta quinta-feira, a vice-ministra sul-africana para questões ligadas as pessoas portadoras de necessidades especiais, Hendrietta Bogopane-Zulu, admitiu que o homem, que durante cerca de cinco horas esteve ao lado dos mais importantes dirigentes do mundo, "não era um intérprete profissional".
Depois da polêmica, ela admitiu a possibilidade de um erro e se "desculpou perante a comunidade de surdos". Em sua defesa, Thamsanqa Jantjie alegou que está sob tratamento e que sofreu um ataque de esquizofrenia. Ele teria ouvido vozes e perdido a concentração.
No entanto, esse não o primeiro evento traduzido por Jantjie, que também teria trabalhado como intérprete no velório de Maman Sisulu, viúva de um outro herói da luta contra o Apartheid em 2011.
A linguagem dos sinais segue uma gramática e sintaxe precisas, independentes das normas utilizadas em línguas faladas.
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