Governo ucraniano escapa de moção de censura e pede “perdão” por violência policial
O governo ucraniano, acusado pela oposição de responsável pelo fracasso nas negociações para uma aproximação com a União Europeia, sobreviveu a uma moção de censura pela repressão violenta contra os manifestantes no último sábado. Antes do voto dos deputados, o primeiro-ministro Mykola Azarov, pediu “perdão” pela ação dos policiais que resultou em dezenas de feridos.
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“Em nome do governo, queria pedir-lhes perdão pelas ações das forças de segurança. O presidente e o governo lamentam profundamente”, afirmou Azarov.
Acusado pelos opositores de ser o principal responsável pela violência policial e de ter “vendido” a Ucrânia para a Rússia, o premiê e seu governo foram convocados ao parlamento que foi cercado por milhares de manifestantes.
Somente 186 deputados votaram pela moção de censura proposta por três grupos de oposição. O número mínimo de votos necessários para aprová-la era de 226 votos. O Partido das Regiões, atualmente no poder, não participou da votação.
"Vocês precisam de agitação e a Ucrânia não precisa de vocês. A Ucrânia precisa de estabilidade”, afirmou o deputado da base governista Volodymyr Oliïnyk ao se dirigir aos adversários.
Depois de pedir desculpas pela violência policial, o primeiro-ministro Azarov disse que vai “tirar conclusões” e prometeu "promover reformas em seu gabinete". No dia anterior, o chefe de governo anunciou a saída do chefe da polícia. Diante do parlamento, milhares de manifestantes gritaram “vergonha!” e agitavam bandeiras do país.
O primeiro-ministro alertou os manifestantes que bloqueiam desde segunda-feira a sede do governo para eles pararem. “ Eu peço a todos que tomaram decisões ilegais de bloquear a sede do governo para parar. Vocês estão violando o código penal e serão responsabilizados”, prometeu.
Azarov também garantiu que a integração da Ucrânia à União Europeia vai continuar e que uma delegação do país visitará Bruxelas na semana que vem.
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