Acessar o conteúdo principal
Síria/Armas químicas

Síria aceita proposta russa de submeter arsenal químico a controle internacional

As autoridades sírias aceitaram a proposta russa de submeter o arsenal de armas químicas do país, estimado em mais de mil toneladas pelo chanceler francês, Laurent Fabius, a controle internacional. A informação é da agência russa Interfax, com base em declaração do ministro sírio das Relações Exteriores, Walid al-Mualem. A proposta pode evitar a intervenção militar franco-americana contra o regime de Bashar al-Assad, se for aceita como uma solução diplomática plausível.

Serguei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores, e o chanceler sírio, Walid al-Mualem, em Moscou, em fevereiro passado.
Serguei Lavrov, ministro russo das Relações Exteriores, e o chanceler sírio, Walid al-Mualem, em Moscou, em fevereiro passado. REUTERS/Sergei Karpukhin
Publicidade

"Nós tivemos ontem um ciclo de discussões frutífero com o chanceler Serguei Lavrov, que nos propôs uma iniciativa relativa às armas químicas. Na noite dessa segunda-feira, chegamos a um entendimento", disse Mualem ao presidente do parlamento russo, segundo a Interfax. 

A agência russa diz que Damasco teria dado seu aval à proposta russa "porque ela torna qualquer justificativa para uma agressão americana ultrapassada", acrescenta a Interfax. 

A China anunciou nesta manhã apoio à proposta da Rússia. Para Pequim, a iniciativa deve aliviar a tensão e levar à uma solução política para a crise. Membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU com direito a veto, Rússia e China bloqueiam qualquer iniciativa militar contra o regime de Damasco. 

O Congresso americano, que deveria votar amanhã o projeto de intervenção de Barack Obama, pediu mais tempo para avaliar a proposta russa.

França propõe controle da OPCW 

A França vai apresentar nesta terça-feira ao Conselho de Segurança da ONU um projeto de resolução que prevê o controle e o desmantelamento das armas químicas do regime sírio sob a tutela da Organização para Proibição de Armas Químicas (OPCW). Segundo o chanceler Laurent Fabius, o projeto de resolução será baseado no capítulo 7 da carta das Nações Unidas, que autoriza o uso da força em caso de descumprimento da decisão.

A Organização para a Proibição de Armas Químicas ou OPCW (Organisation for the Prohibition of Chemical Weapons) é uma organização criada em 1997 pelos países que já participavam da Convenção de Armas Químicas. A Síria não é signatária dessa convenção.

O objetivo da França, de acordo com Fabius, é condenar o massacre do dia 21 de agosto nos arredores de Damasco, que os ocidentais afirmam ter sido cometido pelo regime, e ao mesmo tempo exigir esclarecimentos do programa sírio de armas químicas.

O ministro francês da Defesa, Jean-Yves Le Drian, estimou hoje que a pressão feita sobre o regime, principalmente pelos Estados Unidos e a França, funcionou. Ele considera a proposta russa, de colocar sob controle internacional o arsenal químico da Síria, uma "abertura". Le Drian espera que o presidente sírio aceite oficialmente a proposta e crie as condições para que esse controle seja feito rapidamente.

Em entrevista exibida ontem pela rede americana CBS, al-Assad reafirmou não ter partido dele a ordem de ataque químico. Em tom ameaçador, ele preveniu que uma intervenção franco-americana na Síria teria consequências "imprevisíveis" para todo o Oriente Médio, uma região que já vive à beira da explosão.

 

NewsletterReceba a newsletter diária RFI: noticiários, reportagens, entrevistas, análises, perfis, emissões, programas.

Acompanhe todas as notícias internacionais baixando o aplicativo da RFI

Compartilhar :
Página não encontrada

O conteúdo ao qual você tenta acessar não existe ou não está mais disponível.