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Fato em Foco

Agressões sexuais na praça Tahrir refletem sociedade egípcia

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No Cairo, os protestos populares contra o regime de Mohammed Mursi trouxeram à tona um drama que chocou o mundo: as agressões sexuais sofridas pelas mulheres presentes na Praça Tahrir, palco dos protestos. No último domingo, 30 de junho, durante gigantesca concentração pública, foram registrados 46 estupros e tentativas de estupros contra ativistas. Ao todo, quase cem casos ocorreram desde 28 de junho, caracterizados pela brutalidade.Sem intervenção da polícia e diante do silêncio das autoridades, várias iniciativas particulares surgiram para defender as mulheres: o grupo de Operação Anti-Assédio Sexual (OpAntiSH), que tenta resgatar as vítimas quando estão sendo atacadas; os aplicativos nos celulares, que previnem e denunciam as violências, e até a formação do grupo Tahrir BodyGuard (Tahrir Guarda-Costas) composto por dezenas de homens dispostos a proteger as mulheres com unhas e dentes, literalmente, e também com bastões de madeira. Todos são munidos de maletas de primeiros socorros, roupas limpas, no caso das mulheres terem tido as roupas rasgadas, celulares e panfletos.Para debater o assunto, ouvi primeiramente Camila Arias, cientista política e doutoranda em "Islã e Espaço Público" na Universidade Paris 2. Ela analisa que a violência contra as mulheres sempre existiu na sociedade egípcia e que este momento político e econômico do país, em que os homens perderam suas referências, pode ser uma das explicações dos ataques dos últimos dias.A jornalista Véronique Gaymard, da redação francesa da Rádio França Internacional, esteve várias vezes no Cairo e fala da sua experiência como repórter estrangeira e mulher. Ela e sua tradutora também foram ameaçadas por um grupo de homens e testemunharam diversas agressões do gênero.Jean-Marie Farjeau, diretor da ong Human Rights Watch na França, também denunciou nesta quarta-feira a violência endêmica sofrida pelas mulheres no país.Clique acima para ouvir o programa completo.

Mulheres participam de protesto contra o regime de Mohammed Mursi na praça Tahrir, em 30 de junho de 2013.
Mulheres participam de protesto contra o regime de Mohammed Mursi na praça Tahrir, em 30 de junho de 2013. Reuters
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