Obama chega à África do Sul em clima de despedida de Mandela

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, chega hoje à África do Sul, segunda etapa de seu giro pelo continente africano. Obama será recebido em Pretória pelo presidente Jacob Zuma, mas não irá visitar Nelson Mandela no hospital. Obama busca incrementar as relações comerciais com o país e consolidar a aproximação com as nações do Brics, o grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Senegaleses receberam primeira visita de Obama ao país com entusiasmo. REUTERS/Jason Reed

Obama passou nesta quinta-feira pelo Senegal, onde visitou a Ilha de Goreia, a porta do não-retorno, de onde partiam os escravos africanos. Nesta sexta, o democrata chega à África do Sul para uma visita histórica, num momento de comoção no país devido ao estado de saúde crítico de Mandela. Em sua passagem pela capital senegalesa, Obama declarou que Mandela é um heroi para o mundo e que sua herança vai continuar por muitas gerações. 

Amanhã, Obama visitará o lendário subúrbio de Soweto, na periferia de Johannesburgo. O democrata, primeiro presidente negro dos Estados Unidos, fará um pronunciamento no bairro que é até hoje um dos símbolos da luta antiapartheid. Obama termina a visita à África do Sul no domingo, na Cidade do Cabo.

Mesmo se o continente africano não é prioritário na política externa norte-americana, Obama visa o potencial econômico e estratégico relevante que a região representa. A África está em pleno desenvolvimento econômico com um mercado bastante promissor para as empresas privadas, especialmente nos três países visitados por Obama, que são Senegal, África do Sul e Tanzânia. Esse potencial foi descoberto pelos chineses bem antes dos Estados Unidos. Agora, Obama vai tentar recuperar o atraso e para isso viaja acompanhado por uma comitiva de poderosos empresários.