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Turquia/ protestos

Estrangeiros são presos em protestos na Turquia e acusados de terroristas por premiê

O primeiro-ministro turco, Recep Tayyip Erdogan, declarou nesta quinta-feira em Túnis, última escala de uma viagem ao norte da África antes de voltar para a Turquia, que membros de uma organização terrorista participam nas manifestações que acontecem em seu país há uma semana. Milhares de pessoas voltaram a ocupar a praça Taksim em Istambul, pedindo a demissão do premiê.

Premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, falou à imprensa ao lado do tunisiano Ali Larayedh, em Túnis, antes de retornar à Turquia.
Premiê turco, Recep Tayyip Erdogan, falou à imprensa ao lado do tunisiano Ali Larayedh, em Túnis, antes de retornar à Turquia. REUTERS/Zoubeir Souissi
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"Entre os manifestantes há extremistas, alguns envolvidos em terrorismo. Partidários desta organização estavam na praça Taksim, de Istambul", afirmou, em referência a um grupo de extrema-esquerda que reivindicou um atentado contra a embaixada dos Estados Unidos em Ancara em fevereiro. "Há sete estrangeiros envolvidos nos distúrbios, seis deles foram apresentados ao procurador da República e um está detido", completou.

A imprensa turca informou que 11 estrangeiros foram presos acusados de provocar distúrbios, incluindo norte-americanos, britânicos e iranianos, alguns deles estudantes. Centenas de pessoas foram detidas nos últimos dias, muitas delas liberadas pouco depois.

Erdogan aproveitou a oportunidade para descartar a renúncia ao polêmico projeto de urbanização da praça Taksim de Istambul, o que desencadeou a onda de protestos contra o governo. "O projeto respeita a história, a cultura e o meio ambiente. O que estamos fazendo é proteger os direitos da maioria e preservar a beleza de Istambul", declarou. “Nós conduziremos este projeto. Não permitiremos a uma minoria ditar a sua lei para a maioria”, insistiu, em uma coletiva de imprensa na capital tunisiana.

Ao mesmo tempo, na Turquia, milhares de pessoas saíram novamente às ruas nesta quinta-feira e ocupam a Praça Taksim, em Istambul, pedindo a demissão do primeiro-ministro islamita conservador. O que começou como uma manifestação contra um projeto para construir edificações em um parque de Istambul se transformou em uma inédita demonstração de protesto contra Erdogan, considerado autoritário, e seu partido, o AK, de raízes islâmicas. A polícia, apoiada por veículos blindados, tem entrado em choque com os manifestantes todas as noites, enquanto milhares de pessoas se concentram pacificamente nos últimos dias na praça Taksim, em Istambul, onde os protestos começaram.

Terceira morte

Um policial que caiu de uma ponte no sul da cidade de Adana, enquanto perseguia manifestantes, morreu ontem em consequência dos ferimentos, informaram emissoras de TV turcas. Foi a terceira morte nos protestos. Além destas vítimas, pelo menos 4.355 pessoas já ficaram feridas em todo país nos últimos sete dias, em decorrência dos distúrbios, dentre os quais 47 estão internados em estado grave.

O primeiro-ministro deu declarações na segunda-feira num tom de descaso para com os manifestantes, que classificou como saqueadores, e disse que a agitação acabaria em questão de dias - comentários que, segundo seus críticos, acirraram ainda mais os ânimos.
 

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