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Índia/Agressão sexual

Polícia indiana prende segundo suspeito de sequestro e estupro de menina de 5 anos

A polícia indiana prendeu nesta segunda-feira, 22 de abril de 2013, um segundo suspeito do sequestro e estupro de uma menina de cinco anos em Nova Délhi. Esse crime relançou a polêmica sobre o descaso das forças de segurança com as agressões sexuais contra as mulheres. 

Centenas de pessoas protestam após o estupro de uma criança na Índia; em Agartala velas foram acesas em homenagem à vítima neste domingo, 21 de abril de 2013.
Centenas de pessoas protestam após o estupro de uma criança na Índia; em Agartala velas foram acesas em homenagem à vítima neste domingo, 21 de abril de 2013. REUTERS/Jayanta Dey
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Depois de manifestações na capital federal indiana durante o final de semana, novos protestos estão previstos para esta segunda-feira a fim de denunciar os fatos recorrentes de violência sexual em um país traumatizado pela morte de uma estudante em dezembro de 2012, em consequência de um estupro coletivo dentro de um ônibus.

Segundo os investigadores, a menina de cinco anos havia sido sequestrada no dia 15 de abril em um bairro de Nova Délhi, e em seguida estuprada durante mais de 40 horas em um cômodo fechado a chave. A criança continua hospitalizada nesta segunda-feira e seu estado é estável.

O principal suspeito, um homem de 22 anos que trabalha em uma confecção e mora no mesmo prédio da vítima, foi preso na sexta-feira. Ele havia se refugiado na casa da família de sua mulher no Bihar, no leste da Índia.

A polícia anunciou nesta segunda-feira a prisão de um segundo suspeito na casa de um próximo no Bihar. Segundo o principal suspeito, Manoj Kumar, esse amigo apresentado como sendo Pradeep Kumar participou do sequestro e do estupro da menina.

Manifestantes se reuniram nesta segunda-feira diante do hospital onde a vítima se encontra e diante da sede da polícia para denunciar a insensibilidade dos investigadores. Alguns pediam a demissão do chefe da polícia de Nova Délhi.

Segundo acusações publicadas pela imprensa, os policiais ofereceram duas mil rúpias (cerca de 74 reais) à família da vítima para abafar o caso, dizendo que ela deveria estar feliz porque sua filha estava viva.

A hierarquia da polícia abriu uma investigação sobre essas alegações, enquanto o chefe das investigações e um de seus colegas acusados de terem batido em um manifestante foram suspensos.

Um comissário de polícia, Neeraj Kumar, reconheceu que houve « falhas » na reação da polícia mas rejeitou os pedidos de demissão e garantiu que « muitas coisas mudaram » desde o caso do estupro coletivo de dezembro passado.

« Se minha demissão permitir evitar uma sociedade depravada, então estou disposto a me demitir mil vezes. Mas isso não vai resolver os problemas », disse ele durante uma entrevista coletiva de imprensa. O comissário acrescentou que os estupros são « crimes de oportunismo » praticados em 97% dos casos por pessoas próximas à vítima.

O estupro de uma estudante de 23 anos dentro de um ônibus no dia 16 de dezembro em Nova Délhi provocou um debate sobre a indiferença da polícia em relação às vítimas de agressões sexuais e sobre a apatia da justiça.

Sob a pressão da opinião pública, o governo fez com que o parlamento adotasse uma lei punindo de maneira mais severa os autores de crimes sexuais e prometeu nomear ao menos uma agente policial em cada delegacia para receber as vítimas.

Uma representante das Nações Unidas deve começar nesta segunda-feira uma visita de dez dias na Índia para debater sobre a violência contra as mulheres.

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