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Tunísia/ revolução

Tunísia comemora dois anos da queda de ditador Ben Ali

Discretamente, a Tunísia comemorou hoje os dois anos da queda do ex-presidente Zine El Abidine Ben Ali, o primeiro dos ditadores do norte da África a ser deposto por manifestações populares nas ruas, no movimento que ficou conhecido como Primavera Árabe. O país se esforça para encontrar a estabilidade após as revoltas, em meio a violências sociais e a ameaça radical islâmica que se opõe a um Estado democrático.

Da esquerda para direita: o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Mustapha Ben Jaafar, o presidente de Tunísia, Monsef Mazuki  e o primeiro-ministro Hamadi Jebali durante celebração do segundo aniversário da queda de Ben Ali.
Da esquerda para direita: o presidente da Assembleia Nacional Constituinte, Mustapha Ben Jaafar, o presidente de Tunísia, Monsef Mazuki e o primeiro-ministro Hamadi Jebali durante celebração do segundo aniversário da queda de Ben Ali. REUTERS/Zoubeir Souissi
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Uma cerimônia oficial nesta manhã, em Tunis, marcou o aniversário da queda de Ben Ali. O presidente Moncef Marzouki, o primeiro-ministro Hamadi Jebali e o presidente da Assembleia Constituinte, Mustapha Ben Jaafar, cantaram juntos o hino nacional diante da bandeira tunisiana, na praça de Kasbah. Ao mesmo tempo, no centro de Tunis, cerca de mil militantes de diversos partidos da oposição e do governo desfilaram na avenida Habib Bourguiba, um dos locais emblemáticos da revolta popular de 2011. A polícia acompanhou caminhada, mas nenhum incidente foi registrado.

Pouco depois, na Assembleia, o premiê assinou, junto com o secretário-geral da União Tunisiana do Trabalho, Houcine Abassi, e a presidente da associação patronal do país, Wided Bouchamaoui, um “pacto social” para melhorar as condições dos trabalhadores no país. A miséria e o desemprego, principais razões que levaram a população às ruas para protestar contra Ben Ali, permanecem um problema de primeira grandeza na Tunísia.

Desde agosto, novas greves e manifestações sociais contra a pobreza, inclusive resultando em confrontos com a polícia, são realizadas para reclamar da falta de projetos do novo governo, comandado pelo partido islâmico Ennahda. Ontem, por exemplo, o Exército ocupou as ruas de Ben Guerdane, no sul, para conter violentas manifestações que já duram uma semana.

O primeiro-ministro, membro do Ennahda, prometeu hoje “redobrar os esforços” para unir o país e promover o crescimento econômico". Ele demonstrou a intenção de alargar a coalizão que ocupa o poder para conseguir contornar as profundas divisões da política tunisiana após a queda do ditador. “É preciso romper com qualquer tentativa de retorno ao passado”, afirmou.

O presidente da Assembleia, que vem sendo muito criticado pelo impasse na redação da nova Constituição, prometeu que o futuro texto vai garantir “os objetivos da revolução e instaurar um Estado democrático, com alternância de poder”. Nenhum calendário foi estabelecido, embora o governo pretenda organizar as próximas eleições entre junho e novembro deste ano.
 

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