Mediador da ONU se reúne com Rússia e EUA em busca de solução na Síria

Os responsáveis russos, americanos e o mediador internacional da ONU para a Síria, Lakhdar Brahimi, se reuniram novamente nesta sexta-feira em Genebra, em busca de uma solução política para o conflito na Síria. Este é o terceiro encontro organizado desde dezembro. Nesta sexta-feira, os rebeldes tomaram o controle do mais importante aeroporto militar do país.

Refugiados sírios em Bekaa, no norte do Líbano REUTERS/Mohamed Azakir

A reunião entrre o vice-chanceler Mikhail Bogdanov e o secretário de estado adjunto americano, William Burns, ocorreu a portas fechadas, nesta sexta-feira em Genebra. Poucas informações vazaram do encontro, mas a Rússia reiterou sua posição, afirmando que o fim do conflito passa necessariamente por um diálogo entre o poder e a oposição, que exige entretanto a saída do líder sírio

Nesta quinta-feira, o governo sírio criticou abertamente Lakhdar Brahimi, dizendo que suas recentes declarações "mostram a parcialidade flagrante a favor daqueles que conspiram contra a Síria e seu povo." A reação veio depois de uma entrevista de Brahimi, publicada na quarta-feira, onde ele estima que o plano apresentado pelo chefe de Estado sírio, Bachar al-Assad, era ainda mais "parcial" do que os anteriores.

No dia 6 de janeiro, Bachar Al-Assad fez um discurso propondo um plano de saída para a crise. Ele incluiria um cessar-fogo garantido pelos observadores internacionais, a formação de uma assembleia que incluiria a redação de uma nova constituição, a formação de um governo de unidade nacional e eleições legislativas livres. Assad também teria permissão para se candidatar novamente à presidência.

Apesar da polêmica envolvendo as declarações de Brahimi, o regime deverá manter o diálogo com o representante da ONU. "A Síria continua esperando que a missão de Brahimi seja um sucesso e continuará compartilhando sua visão de solução política para a crise."

Oposição toma aeroporto militar

Os rebeldes sírios tomaram o controle nesta sexta-feira do maior aeroporto militar do norte do país, em Taftanaz. De acordo com o diretor do Observatório Sírio dos Direitos Humanos, Rami Abdel Rahmane, "trata-se da vitória pelo controle de uma base aérea mais importante" desde o início da revolta, em março de 2011. Os militantes da oposição também convocaram a população para novas manifestações nesta sexta-feira. Nesta semana, o objetivo é denunciar os "campos da morte", onde vivem os sírios que precisaram deixar o país. O número de refugiado, segundo o Alto Comissariado da ONU, já ultrapassa 600 mil pessoas.