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Síria/Crise

Assad anuncia legislativas em meio a violências

O presidente da Síria, Bachar al-Assad, anunciou nesta terça-feira a realização de eleições legislativas no dia 7 de maio. Esta será a primeira votação desde o início da revolta popular contre o seu regime, há um ano. O anúncio foi recebido com ceticismo pelo governo americano.  

Partidários de Bachar al-Assad, em Damasco.
Partidários de Bachar al-Assad, em Damasco. Reuters/Zohra Bensemra
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O anúncio de Bachar al-Assad aconteceu em plena ofensiva à cidade de Idleb, onde suas tropas tentam exterminar os últimos bolsões da resistência. Segundo o Observatório sírio dos Direitos Humanos (OSDH), 43 pessoas morreram nos confrontos de hoje, entre as quais diversos soldados e membros das forças de segurança do regime.

As legislativas deveriam se realizar em setembro do ano passado, mas foram adiadas devido ao anunciado processo de reformas do presidente Assad. Entre as mudanças, se destaca uma nova lei dos partidos e uma nova Constituição que acaba com a primazia do partido Baas no poder. A nova lei fundamental foi aprovada no dia 27 de fevereiro passado em um referendo classificado de "brincadeira" pelos americanos.
O anúncio das eleições também não escapou à ironia do departamento de Estado do governo Obama, cuja porta-voz, Victoria Nuland, o classificou de "ridículo".

Em ritmo de espera

Se Bachar al-Assad anunciou a realização de legislativas, ainda não respondeu, como era esperado nessa terça-feira, às propostas entregues por Kofi Annan para solucionar a crise. Annan está em Damasco, mandatado pela ONU e pela Liga Árabe.

O chefe da Liga, Nabil al-Arabi, pediu uma "investigação internacional" para que sejam esclarecidas as responsabilidades pelos crimes de civis, em sua maioria, cometidos durante o último ano. Para Nabil al-Arabi, esses atos "podem ser classificados como crimes contra a humanidade".

Em Genebra, o Alto Comissário-adjunto para os Direitos Humanos, Kyung-wha Kang, anunciou o envio de observadores da ONU a países vizinhos da Síria para recolher informações sobre "as violações e atrocidades" cometidas na Síria.

Segundo o Observatório sírio, cerca de 8.500 pessoas morreram desde 15 de março do ano passado.
Mais de 30.000 refugiados estão registrados pelo Alto comissariado para os refugiados da ONU e estima-se que 200 mil pessoas deixaram o país, fugindo das violências.

No plano diplomático, o chanceler russo Sergueï Lavrov indicou que vai tentar convencer a Síria a aceitar os observadores internacionais independentes que vigiariam o fim simultâneo das violências dos dois lados. A proposta estaria sendo discutida com os países árabes e a ONU, onde as divergências sobre a crise síria continuam.

Em Ankara, na Turquia, o chefe da CIA, David Petraeus, discutiu a situação com o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.

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