Oposição síria pede reunião de urgência no Conselho da ONU

A oposição síria pediu nesta segunda-feira uma reunião de urgência do Conselho de Segurança da ONU para discutir a situação no país, após a descoberta de 47 corpos de mulheres e crianças mencontrados em Homs. Segundo o observatório sírio de defesa dos Direitos Humanos, o massacre foi cometido pelas milícias pró-regime. O emissário da ONU, Kofi Annan, reúne-se nesta segunda-feira com o premiê turco, Recep Tayyp Erdogan. 

Mais de 1500 refugiado sírios, entre mulheres e crianças, atravessaram a fronteira do Líbano para fugir de Homs AFP

O governo diz que as vítimas foram mortas por grupos terroristas. As fotos e os vídeos difundidos pelos opositores mostram imagens de crianças com o rosto mutilado e os corpos completamente carbonizados. O Conselho Nacional Sírio, a principal formação de oposição, disse que estava em contato com organizações de países amigos da Síria para obter uma reunuião no Conselho de Segurança da ONU.

O presidente do Observatório da Síria de Direitos Humanos, Rami Abdel Rahmane, disse que as mortes ocorreram no bairro de Karm al-Zeiton, que ainda está sendo disputado pelas forças armadas e os dissidentes. De acordo com ele, centenas de famílias fugiram de Homs durante a noite, temendo novos massacres. O regime sírio acusa as milícias terroristas pelas atrocidades, com o objetivo de suscitar reações internacionais contra o país.

O emissário da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, é esperado nesta segunda-feira em Ankara, onde deve se encontrar com o primeiro-ministro Recep Tayyp Erdogan. O representante das Nações Unidas deixa a Turquia nesta terça-feira, e não terá tempo de visitar os campos de refugiados na província de Hatay, no sul do país. Após dois encontros no final de semana com o presidente Bashar al-Assad, em Damasco, Kofi Annan não conseguiu um cessar-fogo nem a abertura de um diálogo entre o governo sírio e a oposição.

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov está em Nova York e deverá participar da reunião do Conselho de Segurança da Síria. A Rússia, juntamente com a China, já bloqueou duas resoluções condenado a violência do regime sírio. Na sexta-feira passada, os Estados Unidos disseram que existem poucas chances de obter consenso em torno de um documento. A violência na Síria já deixou mais de 8500 mortos desde o início do movimento de contestação, que completa um ano no dia 15 de março.