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Síria/ONU

Enviado especial da ONU negocia cessar-fogo com presidente sírio

O presidente Bashar al-Assad recebeu na manhã deste sábado, 10, o enviado especial da ONU e da Liga Árabe, Kofi Annan, encarregado de negociar um cessar-fogo na Síria. O encontro acontece um dia após uma nova ofensiva violenta do regime contra a cidade de Idleb, no noroeste do país. No Cairo, os ministros das Relações Exteriores da Liga Árabe se reúnem com Serguei Lavrov, chefe da diplomacia da Rússia, país muito criticado por vetar resoluções nas Nações Unidos contra o governo sírio.

O enviado especial da ONU, Kofi Annan, em sua chegada a Damasco, neste sábado, 10 de março.
O enviado especial da ONU, Kofi Annan, em sua chegada a Damasco, neste sábado, 10 de março. Reuters
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“O presidente Bashar-al Assad recebe Kofi Annan, enviado do secretário-geral da ONU”, confirmou a agência oficial Sana. Annan deverá ficar no país até domingo à noite e tem como missão encontrar as autoridades do regime mas também se reunir representantes da sociedade civil.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon estabeleceu três prioridades para a missão do enviado especial: um cessar-fogo imediato, uma solução política global e um acesso para a ajuda humanitária.

Antes de chegar a Damasco, Annan alertou que uma maior militarização na Síria iria agravar a situação no país, uma postura repetida pelos Estados Unidos e França.

A visita do enviado especial da ONU começa um dia após as forças governamentais bombardearem violentamente a cidade de Idleb, reduto rebelde na região noroeste.

“Foram os bombardeios mais violentos desde o envio do reforços das tropas esta semana em Idleb”, afirmou o chefe do Observatório sírio de defesa dos Direitos Humanos.

A ofensiva é vista pelos opositores como o prenúncio de uma vasta operação como a que foi realizada contra a cidade de Homs e particularmente no bairro de Baba Amr, que passou a ser controlada pelo exército no dia 1 de março após quase um mês de ataques contínuos.

Liga Árabe

O comitê da Liga Árabe sobre a Síria – formado pelo Egito, Sudão, Omã, Argélia e o secretário-geral da entidade Nabil al-Arabi - se reuniu neste sábado na sede da organização, no Cairo, antes do encontro entre os chefes da diplomacia da Liga com o chanceler russo, Serguei Lavrov.

O chanceler do Catar, o xeique Hamad ben Jassem al Thani, defendeu uma ingerência externa para conter a violência contra os opositores do regime. “Chegou a hora de aplicar a proposta de enviar as forças árabes e internacionais à Síria”, afirmou al-Thani na reunião.

Depois de sua chegada ao Cairo, na sexta-feira, Lavrov já teve encontros com os ministros das Relações Exteriores da Arábia Saudita, do Catar e do Koweit. Em comunicado divulgado neste sábado, a chancelaria russa afirmou que durante sua reunião com o enviado especial da Onu, Kofi Annan, o ministro Lavrov alertou contra qualquer “ingerência grosseira” no conflito na Síria.

“Foi destacado que é inadmissível negligenciar as normas do direito internacional, incluindo uma ingerência grosseira nos assuntos internos da Síria”, escreveu o ministério russo no documento.

A Rússia é muito criticada pela comunidade internacional por sua posição em defesa do governo sírio. Juntamente com a China, o país já bloqueou duas resoluções condenando a onda de repressão do presidente Bashar al-Assad contra seus opositores que já teria deixado mais de 8.500 mortos em quase um ano, de acordo com Observatório sírio.

Moscou rejeitou um novo texto apresentado pelos Estados Unidos ao Conselho de Segurança exigindo um fim “imediato” da violência e fazendo um apelo para que a oposição “ se abstenha de qualquer tipo de violência” caso o regime aceite as propostas da resolução.

 

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