Ministro russo chega a Damasco para negociar com governo sírio
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Serguei Lavrov, chegou nesta manhã em Damasco para convencer, segundo a versão oficial, Bashar al-Assad a promover reformas democráticas no país. Porém, analistas estimam que a Rússia programa um desmantelamento controlado do regime de Assad, sem o ditador, que seria substituído por um governo de transição formado por personalidades aliadas da família do político alauita.
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Segundo o jornal Le Figaro, em troca do veto de uma resolução contra a Síria no Conselho de Segurança da ONU, ocorrido no sábado, o ministro russo das Relações Exteriores vai agora exigir, em Damasco, a reabertura de uma estação de escuta que os soviéticos possuíam nos arredores da capital durante a Guerra Fria. Lavrov chega à Síria acompanhado do chefe do serviço de informação exterior russo. Os dois se recusaram a detalhar ”os objetivos da missão” no país.
O comércio de armas e a manutenção de postos militares estratégicos no território sírio, como a base militar de Tartus, no Mediterrâneo, último posto avançado da Rússia no Oriente Médio, explicam o apoio de Moscou ao regime ditatorial de Assad.
Em sua chegada à capital síria, Lavrov foi acolhido por centenas de apoiadores do regime, aos gritos de "obrigado, Rússia". Em homenagem ao ministro, eles traziam bandeiras da Síria e da Rússia.
Novos bombardeios
O veto na ONU foi visto pelos opositores como uma “permissão de matar” para o governo sírio. Os bombardeios do regime sírio contra a cidade Homs recomeçaram na manhã de hoje. Ontem, ao menos 100 civis morreram no país, segundo contagem feita pelo Observatório Sírio dos Direitos Humanos.
A maioria das vítimas são da província de Homs, mas a capital Damasco e sua periferia, assim como a cidade de Alepo, no norte, e Idlib também perderam civis com o assalto das forças do ditador. O regime sírio nega a ofensiva militar em Homs e diz que continuará perseguindo o que chama de 'terroristas'.
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